O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial do Brasil, registrou uma alta de 1,23% em fevereiro, o maior valor para o mês desde 2016, quando o indicador havia sido de 1,42%. O aumento foi de 1,12 ponto percentual em relação ao mês de janeiro. Com esse resultado, o IPCA-15 acumula uma variação de 1,34% no ano e 4,96% nos últimos 12 meses, superando os 4,50% registrados no período anterior. As informações foram divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE ).
A alta no preço da energia elétrica foi o principal fator que impulsionou a inflação de fevereiro. O aumento de 16,33% na tarifa residencial teve grande impacto no grupo habitação, que subiu 4,34% e representou o maior impacto no índice do mês, com 0,63 ponto percentual. Além disso, o baixo índice de desemprego tem gerado mais atividade econômica, o que contribui para a pressão sobre os preços.
O grupo de educação, que subiu 4,78%, também exerceu influência importante sobre a inflação. Os cursos regulares, com aumento de 5,69%, foram os responsáveis pela maior contribuição, devido aos reajustes tradicionais do início do ano letivo. Dentro desse grupo, o ensino fundamental teve a maior variação, com alta de 7,50%, seguido pelo ensino médio e superior, com aumentos de 7,26% e 4,08%, respectivamente.
No setor de alimentação e bebidas, o aumento foi de 0,61%, sendo que a alimentação no domicílio registrou alta de 0,63%. A cenoura (17,62%) e o café moído (11,63%) foram os produtos com maiores variações positivas, enquanto a batata-inglesa (-8,17%) e o arroz (-1,49%) tiveram quedas. No entanto, a alimentação fora do domicílio desacelerou, passando de 0,93% em janeiro para 0,56% em fevereiro, com refeições e lanches apresentando variações mais baixas.
Entre os transportes, que registraram alta de 0,44%, os combustíveis tiveram aumento de 1,88%. O etanol (3,22%), o óleo diesel (2,42%) e a gasolina (1,71%) apresentaram as maiores altas, enquanto o gás veicular teve uma queda de 0,41%. A variação das passagens aéreas foi negativa, com redução de 20,42%. No aspecto regional, Recife apresentou a maior alta, com 1,49%, enquanto Goiânia teve o menor índice, com 0,99%, refletindo variações nos preços da gasolina e das passagens aéreas.