Durante a coletiva realizada na manhã desta terça-feira (02), o secretário Emílio Júnior, chefe da Fazenda do Piauí, ponderou que as críticas de alguns deputados da oposição, que sugerem que o Estado tem feito muitos empréstimos, não têm muito sentido. Segundo ele, os empréstimos são contratados à medida que são pagos.

“Quando se pega uma operação de crédito, você faz de maneira bem objetiva, dizendo onde quer fazer e aquele planejamento já tem começo, meio e fim, porque os recursos já estão assegurados e isso volta de outra forma. Quando se contrata uma empresa para fazer uma obra, ela contrata pessoas, essa empresa também compra no mercado, compra cimento, várias coisas e isso volta como meio de arrecadação. A gente tem que ver que o Estado está tomando essa operação de crédito, mas também estamos pagando, porque se fosse só tomando e sem pagar absolutamente nada, aí poderíamos ter um colapso financeiro, mas não é isso que acontece. Esse ano, pela nossa estimativa, o Estado deve amortizar em torno de quase R$ 1 bilhão”, disse Emílio Júnior.

Foto: Lucas Dias/GP1
Secretário Emílio Júnior

Deputados de oposição “preocupados” com a tomada de empréstimos

Os deputados Wilson Brandão e Gustavo Neiva , ambos do Progressistas, demonstraram “preocupação” com os empréstimos que o Estado do Piauí está solicitando ao longo da atual gestão do governador Rafael Fonteles (PT). Durante sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi), no final de junho, os dois parlamentares da oposição pediram vista de matérias que tratam de dois novos empréstimos, um no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de até R$ 150 milhões, e um outro na Caixa Econômica Federal, de até R$ 100 milhões.

Em conversa com o GP1 , Gustavo Neiva disse que é preciso mais detalhamento sobre os dois novos empréstimos que chegaram para análise na Alepi, para que fique claro informações como o tempo de carência, taxa de juros e prazo para que o Estado pague as duas contratações de crédito.

Foto: Lucas Dias/GP1
Deputado Gustavo Neiva

“Sem dúvidas [estamos preocupados]. O Piauí, só no atual governo, já foram mais de R$ 4 bilhões de empréstimo e chegaram mais duas novas mensagens de empréstimo, uma de R$ 100 milhões e uma outra de R$ 150 milhões. O que nós queremos saber é se tem carência, a taxa de juros que será paga, o período que o Piauí passará pagando esses empréstimos, porque nos projetos [nos dois novos] não está especificado. É claro que os objetos dos empréstimos são questões nobres, um é para aumentar a capacidade do metrô de Teresina, por exemplo. Mas, o que nós queremos aqui é nos cercar da capacidade de pagamento do Estado, para não endividar o Estado, sem termos a certeza de que o Estado terá a capacidade de pagamento. Então, são dados essenciais em qualquer empréstimo, até uma Pessoa Física quando vai ao banco e toma empréstimo quer saber a taxa de juros. Então, são informações que nós solicitamos ao líder do governo para que traga na próxima sessão, para que a gente possa ter a certeza de que estamos aprovando um empréstimo que não vai prejudicar a saúde financeira do Estado", disse Gustavo Neiva.