Na manhã desta terça-feira (17), o dólar disparou na abertura e chegou a atingir o patamar de R$ 6,157. A moeda norte-americana começou valendo R$ 6,144, mas logo caiu para R$ 6,140 antes de subir para quase R$ 6,16. Por volta das 9h50, após algumas variações, a moeda passou a ser comercializada a R$ 6,123.
A principal motivação para a alta da moeda americana foi a piora na percepção fiscal, divulgada por meio da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Segundo o Copom, a alta do dólar e a percepção dos agentes sobre o pacote fiscal influenciaram a decisão de aumentar a taxa básica de juros em 1 ponto percentual.
“A percepção dos agentes econômicos sobre o recente anúncio fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio”, de acordo com trecho da ata.
Nesta quarta-feira (18), o Federal Reserve (Fed) divulgará a decisão sobre os juros norte-americanos, e há expectativa de que seja anunciado um novo corte de 0,25 ponto percentual.
A nova alta ocorreu mesmo após os leilões de dólares realizados pelo Banco Central (BC). Nessa segunda-feira (16), a instituição vendeu US$ 4,6 bilhões, sendo US$ 1,6 bilhão à vista e US$ 3 bilhões em um certame de linha, em um leilão extra de dólares após nova alta da moeda, que voltou a ficar perto de R$ 6,10.
Foi a maior intervenção do Banco Central no mercado à vista desde a pandemia de Covid-19, em 2020. De acordo com o BC, os leilões são comuns no final do ano devido à demanda de investidores, fundos, empresas e multinacionais para o envio da moeda ao exterior.
Esse tipo de operação vem sendo realizado desde a semana passada, quando, na quinta-feira (12), o banco vendeu US$ 4 bilhões em dois leilões de linha. Na sexta-feira (13), o primeiro leilão desde 30 de agosto, foram comercializados US$ 845 milhões em leilão à vista.