O dólar, na manhã desta segunda-feira, 2, opera em alta e atingiu, mais uma vez, a casa dos R$ 4,50, em meio a incertezas provocadas pela disseminação rápida do coronavírus fora da China. No turismo, a moeda americana já é negociada a R$ 4,70, segundo levantamento realizado pelo Estadão/Broadcast, com nove casas de câmbio.
De acordo com o economista da Guide Investimentos, João Maurício Rosal, o mercado de câmbio local sustenta o dólar em alta por contaminação pela dinâmica internacional. Os cenários internos dos países emergentes estão relegados a segundo plano hoje, afirma Rosal. O responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem, diz que o mercado está colado à alta do dólar ante peso chileno e mexicano porque não tem motivo para o mercado refrescar agora, com o coronavírus se disseminando no mundo e por aqui.
Na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, o Ibovespa perdeu força e foi para o campo negativo, em sintonia com a queda dos índices futuros de Nova York. Ainda que a possibilidade de medidas de estímulos esteja presente nos mercados, as incertezas relacionadas ao coronavírus parecem maiores, o que podem agravar ainda mais o quadro de retomada.
Às 10h49, o Ibovespa cedia 0,37%, aos 103.784,28 pontos. O dólar à vista subia 0,54%, a R$ 4,5021. Na renda fixa, o contrato de Depósito Interfinanceiro para janeiro de 2021 indicava 3,955%, ante 4,095% no ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2023 caía para 5,020%, de 5,24%.
Empresas
Após alta firme, as ações da Petrobrás desaceleraram o ritmo de alta a 0,71% (PN) e passaram a cair, no caso de ON (-0,11%).
Diante de alertas sobre efeitos da epidemia de coronavírus sobre o setor de consumo, as ações do Pão de Açúcar ON lideravam a lista de maiores quedas na B3, às 10h39, cedendo 11,46%. Já Hypera ON, que comprou ativos da Takeda no Brasil e na América Latina, seguia na liderança dos maiores ganhos (11,52%), em meio à possibilidade de avanço na demanda no setor de farmácias.
O comissário da Indústria da União Europeia, Thierry Breton, revelou que o surto de coronavírus já custou 1 bilhão de euros ao turismo no bloco entre janeiro e fevereiro, devido à redução no número de turistas chineses.
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