O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tornou públicos os vídeos da colaboração premiada do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cid. A medida foi tomada nesta quinta-feira (20), após ser retirado o sigilo da delação.
O sigilo foi levantado por Alexandre de Moraes após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, oferecer denúncia contra Bolsonaro e mais 33 pessoas, incluindo Mauro Cid.
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Bolsonaro é acusado de constituir organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e dano qualificado.
Trecho da delação
Em um trecho já divulgado da delação, Alexandre de Moraes interroga Mauro Cid diante do procurador-geral Paulo Gonet. Nessa parte, o tenente-coronel do Exército admite que o ministro estava sendo monitorado.
Além disso, Cid menciona um juiz do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que teria colaborado com informações privilegiadas sobre a rotina de Moraes. Em resposta ao tenente-coronel, durante a oitiva, o ministro diz que o magistrado já havia sido identificado. Veja o diálogo abaixo:
Alexandre de Moraes: Quando o ex-presidente Jair Bolsonaro pediu o meu monitoramento, vocês fizeram como?
Mauro Cid: Eu solicitei ao coronel Câmara.
Alexandre de Moraes: Ele quem fazia essa parte?
Mauro Cid: Sim, senhor, eu não sei quem era o contato dele, nunca perguntei, obviamente, quem era o contato dele. Isso aí, ministro, é bem clássico das operações de inteligência e das forças especiais, tanto que o contato é contado dele, eu não quero saber, porque se muita gente ficar ligando, acaba caindo o contato. O que eu sei, que eu falei para o senhor, é daquele ministro, daquele elemento do TSE.
Alexandre de Moraes: Não é um ministro, é um juiz que nós já identificamos.
Despacho
No mesmo despacho em que retirou o sigilo das oitivas, Alexandre de Moraes determinou a notificação das defesas dos denunciados, dando prazo de 15 dias para que apresentem resposta à acusação.
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