Antes mesmo do fim de junho, os índices de queimadas de 2024 no Pantanal já são os piores já registrados. Até essa segunda-feira (24), já existe uma marca de 3.372 casos de foco de incêndios, ultrapassando a marca de 2.534 em 2020.
Os registros foram realizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que monitora o Pantanal desde junho de 1998. O bioma também está presente em parte da Bolívia e do Paraguai, e tem um total de 195 mil km². Em decorrência do fogo descontrolado em 2020, um terço do bioma foi devastado.
Na segunda-feira (24) o governo do Mato Grosso decretou situação de emergência em alguns municípios que estão sofrendo com as queimadas. Existe uma preocupação entre as autoridades, pois geralmente os primeiros seis meses do ano não são os que mais registram focos de incêndio, e isso se agrava mais a partir do mês de julho.
O Pantanal passa por uma seca severa que tem relação com o fenômeno El Niño, de acordo com especialistas. Por conta disso, as chuvas no início do ano não foram suficientes para impulsionar o transbordamento dos rios, fator que deixou a vegetação mais seca e suscetível ao fogo.
Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima se manifestou
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que o Pantanal está diante de “uma das piores situações já vistas”, e também associou a questão às chuvas reduzidas.
“Toda a bacia do Paraguai está em escassez hídrica severa. Nós não tivemos a cota de cheia, não tivemos interstício entre o El Niño e a La Niña, e isso faz com que uma grande quantidade de matéria orgânica em ponto de combustão esteja causando incêndios que são fora da curva em relação a tudo que se conhece”, afirmou Marin Silva.
Um grupo foi montado pelo presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, para discutir o problema do Pantanal e promover medidas de combate ao fogo.
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