Durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à fábrica da JBS, no Mato Grosso do Sul, o chefe do Executivo brasileiro afirmou que gostaria de prender as pessoas que mentem. Na ocasião, nesta sexta-feira (12), Lula acompanhava um embarque de carne para a China e teceu elogios aos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos do frigorífico, e que já foram alvos da Operação Lava Jato.
No mesmo discurso, o presidente atacou a operação, que inclusive contou com a delação premiada dos dois irmãos da JBS. Antes disso, Lula se referiu ao uso da mentira na política e afirmou que o Brasil precisa de “tranquilidade” e “solidariedade”.
“Quando a solidariedade desaparece, a mentira ganha destaque. E não é possível você governar um país do tamanho do Brasil com mentiras porque mentira tem perna curta. É uma questão de tempo, chega uma hora que ela aparece [...] Esse país precisa apenas de uma coisa, de tranquilidade. Tranquilidade e verdade. Eu, se pudesse, faria um decreto: É proibido mentir, quem mentir vai ser preso. A gente não pode viver subordinado à mentira, maldade, intriga”, declarou Lula.
Durante o discurso, o presidente também criticou a demora para o acordo comercial entre o JBS e os chineses, já que em 2018, quando ainda “estava preso na Polícia Federal por conta da maior mentira já contada nesse país, que a história se encarregará de provar”, os empresários da China já tinham vistoriado a fábrica da JBS.
Um ano antes, a JBS assinou acordo de leniência com a Procuradoria-Geral da República (PGR) para devolver R$ 250 milhões aos cofres públicos, após delação premiada de Joesley e Wesley Batista que relataram os pagamentos milionários de propina a políticos do PT, do núcleo do governo Temer, do Centrão, e do MDB e PSDB. No entanto, a PGR decidiu rescindir o acordo por suspeita de obstrução de investigação e omissão de fatos criminosos pelos executivos.
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