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Corte de gastos: 61 deputados do Governo Lula votaram contra pacote

Votação revelou divergências entre o Planalto e sua base aliada, com partidos como PSD e União Brasil.

Na contramão dos interesses do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 61 deputados de partidos aliados ao governo votaram contra o pacote fiscal de revisão de gastos públicos, aprovado pela Câmara dos Deputados em segundo turno nessa quinta-feira, 19. O texto, que segue para o Senado, recebeu 348 votos favoráveis e 146 contrários, abordando temas como supersalários, o abono salarial e repasses para a educação básica, em especial o ensino em tempo integral financiado pelo Fundeb.

A votação revelou divergências entre o Planalto e sua base aliada, com partidos como PSD e União Brasil registrando, respectivamente, sete e 22 votos contrários. A resistência põe à tona as insatisfações de legendas que pressionam o governo por mais espaço na reforma ministerial em negociação. Embora a proposta seja considerada prioritária pela gestão Lula, a oposição interna enfraquece a articulação governista no Congresso, mesmo após a liberação de mais de R$ 7 bilhões em emendas orçamentárias para viabilizar a votação.


Entre os partidos aliados, o PT contabilizou dois votos contrários, dos deputados Natália Bonavides (PT-RN) e Rui Falcão (PT-SP). Outros quatro petistas também demonstraram descontentamento em projetos relacionados, como o PLP 210 e o PL 4.614, ambos de 2024. A insatisfação dentro do PT reflete críticas às mudanças no abono salarial e ao adiamento da reforma dos supersalários, considerados distantes dos princípios de ampliação de direitos defendidos pela sigla.

Segundo Natália Bonavides, que falou ao portal Poder360, a PEC reduz a capacidade do governo de melhorar a vida da população. A parlamentar também criticou a influência da especulação financeira sobre o Executivo, argumentando que setores econômicos tentam impor ao governo uma agenda derrotada nas urnas. Para ela, é fundamental manter o programa de combate às desigualdades e garantia de direitos proposto na campanha eleitoral.

O pacote fiscal apresentado pelo Ministério da Fazenda prevê uma economia de R$ 71,9 bilhões em dois anos e busca reequilibrar as contas públicas. Entretanto, a relação entre Planalto e Congresso tem sido marcada por trocas diretas, onde apoio político é frequentemente condicionado à liberação de emendas. A divisão exposta pela votação ressalta os desafios do governo para consolidar sua base e aprovar medidas que dependem de amplo respaldo parlamentar.

Confira os partidos dos deputados governistas que votam contra

PSOL – 12 deputados

PP – 9 deputados

PSD – 7 deputados

MDB – 6 deputados

Republicanos – 2 deputados

PDT – 1 deputado

União Brasil – 22 deputados

PT – 2 deputados

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