Chefe do Estado-Maior do Exército rebate declaração de Flávio Dino

O chefe do Estado-Maior do Exército, general Fernando José Sant’Ana Soares e Silva, rebateu nessa sexta-feira (14) as declarações do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, sobre o suposto desejo do Alto Comando por um golpe de Estado no dia dos atos antidemocráticos em 8 de janeiro.

Em resposta, o chefe do Estado-Maior do Exército e número dois na hierarquia da Força desmentiu a declaração. Segundo o general Fernando José Sant’Ana Soares e Silva a afirmação do ministro não procede, nem antes nem depois da eleição do presidente Luís Inácio Lula da Silva. “O Alto Comando do Exército nunca quis intervenção militar nem antes, nem durante nem depois das eleições e da posse do presidente Lula”, disse Soares e Silva ao jornal O Globo.

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Foto: Reprodução

General Fernando José Sant’Ana Soares e Silva e ao lado, o ministro Flávio Dino

Além de rebater o ministro Flávio Dino, o chefe do Estado-Maior disse que teme justamente a politização das Forças Armadas. “O grande medo que temos é a politização das Forças. Afastamos isso cumprindo o que manda a lei, que estabelece que militares da ativa não podem ter filiação partidária e não podem se manifestar politicamente”, pontuou Soares e Silva.

Segundo o militar, “outro ponto essencial é a manutenção de dois pilares rígidos: hierarquia e disciplina, para que todo mundo faça a mesma coisa”.

Declaração de Flávio Dino

O ministro Dino proferiu a afirmativa durante entrevista à revista Veja. “A maioria do Alto Comando torcia — e friso este verbo — para que o levante tivesse dado certo”, expressou o Flávio Dino. “Não significa participar e orientar. As Forças Armadas estavam na torcida, mas não se engajaram", manifestou ele.