O plano da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) contra o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) foi delatado por um ex-integrante da facção ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP). O ex-membro, jurado de morte pelo PCC, virou informante das autoridades e foi colocado no sistema de proteção a testemunhas.
A informação está no relatório que reúne provas da operação e em despacho realizado nessa quinta-feira (23) pela juíza Gabriela Hardt, da 9ª Vara Federal Criminal de Curitiba.
Uma das primeiras informações repassadas pelo delator foi a indicação de quem seria o 'cabeça' do plano. A coordenação de toda a ação foi atribuída a Janeferson Aparecido Mariano Gomes, também conhecido pelas alcunhas de NF.
Conforme a testemunha, NF estaria encarregado de levantar informações e sequestrar o ex-juiz da Operação Lava Jato. O delator entregou à Polícia quatro números de celular de pessoas próximas ao traficante. O monitoramento começou a partir da quebra dos sigilos telefônico e de mensagem dos aparelhos.
“Os primeiros dados recebidos identificaram fortes indícios de que haveria ações criminosas de um núcleo do PCC da chamada ‘restrita’ contra o senador Sergio Moro, motivo pelo qual foi necessária a complementação ainda dentro da 1ª quinzena de interceptações telefônicas e telemáticas. Aliás, foram realizados 2 pedidos devido à gravidade dos dados que eram identificados a cada minuto”, diz o relatório.
O plano foi tornado público nessa quarta-feira (22), após a deflagração da Operação Sequaz, que prendeu nove pessoas supostamente envolvidas no planejamento dos ataques contra o ex-juiz da operação Lava Jato Sergio Moro.
Em momento algum, o despacho cita o promotor de Justiça Lincoln Gakyia, do Ministério Público de São Paulo, como alvo do plano do PCC. Informações divulgadas na quarta-feira, 22, durante as diligências da Sequaz davam conta que o promotor estaria na mira da facção.
Há quase 20 anos exercendo o papel de investigador do PCC, Gakyia se diz frequentemente ameaçado pela organização criminosa.
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