O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou na terça-feira (24) uma queixa-crime no Supremo Tribunal Federal, acusando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de injúria e difamação por declarações feitas que vincula Bolsonaro a uma mansão do irmão do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, nos Estados Unidos.
Em junho, os ajudantes de Bolsonaro haviam apresentado ao STF um pedido para que Lula se explicasse, após as declarações. Porém, a ação não teve andamento até o momento. Em maio deste ano, em discurso durante uma cerimônia em Salvador, Lula afirmou que uma casa que está no nome do irmão do tenente-coronel Mauro Cid, pertencia ao ex-presidente.
“Agora mesmo, acabaram de descobrir uma casa, uma casa de US$ 8 milhões do ajudante de ordem do Bolsonaro. Certamente, uma casa de 8 milhões de dólares não é para o ajudante de ordem; certamente, é para o paladino da discórdia; o paladino da ignorância; o paladino do negacionismo”, disse Lula na cerimônia.
Defesa de Bolsonaro
A defesa do ex-presidente disse que o petista não citou o nome do ex-presidente para evitar que fosse responsabilizado. Porém, foram configurados os crimes de injúria e difamação. Os advogados ainda afirmaram que “não há e nem nunca houve qualquer relação” de Bolsonaro com o imóvel e que a declaração do presidente “é absolutamente inverídica”.
A defesa ainda afirmou que a mansão, no sul da Califórnia, foi comprada por R$ 1,7 milhão, o que equivale a aproximadamente R$ 8,5 milhões. Em nome de uma empresa do irmão de Mauro Cid, o empresário Daniel Cid. “A fantasiosa hipótese que Lula pretendeu sugerir aos ali presentes e à sociedade brasileira em geral é absolutamente inverídica, retratando, assim, vil rumor, com o único objetivo de atingir a honra e a imagem do querelante [Bolsonaro]”, disseram os advogados de Bolsonaro.
Na queixa, o ex-presidente pede que Lula seja obrigado a se retratar publicamente em seus perfis nas redes sociais.
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