Apreensivos com a reforma administrativa do presidente Jair Bolsonaro, os delegados de Polícia Federal revelam inquietações da classe ao novo diretor-geral da corporação, Paulo Maiurino. Em nota conjunta divulgada na manhã desta quarta, 7, no dia seguinte à troca de comando na corporação, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal e a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal afirmaram que os servidores se sentem ‘abandonados’ pelo governo federal ‘diante de reformas que injustamente lhes retiram direitos e ameaçam a continuidade da PF como órgão forte e capaz de executar suas funções constitucionais’.
Os presidentes das entidades, Edvandir Felix de Paiva e Tania Prado, que assinam a nota, dizem esperar que a gestão de Paulo Maiurino tenha como ‘legado uma efetiva atuação que consolide a valorização da instituição e de seus profissionais’.
Maiurino foi escolhido pelo novo ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, para substituir o atual chefe da corporação, Rolando Souza. Com a mudança, a PF terá o terceiro chefe em apenas dois anos e três meses de governo. O delegado atuou no ano passado como secretário de Segurança do Supremo Tribunal Federal, na gestão Dias Toffoli. Antes, trabalhou no governo de São Paulo como secretário de Esporte, Lazer e Juventude, na gestão de Geraldo Alckmin (PSDB).
Leia a íntegra da nota da ADPF e da Fenadepol
A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) e a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol) desejam ao Delegado Paulo Gustavo Maiurino êxito na condução dos desafios em sua nova função como Diretor-Geral da Polícia Federal.
Quadro experiente da PF, Maiurino iniciou sua trajetória no órgão em 1998 e acumulou experiências que o credenciam para o exercício do cargo de Diretor-Geral da instituição. Sua trajetória interna na condução de investigações importantes e a frente de postos como a chefia da Interpol, bem como em funções no Supremo Tribunal Federal (STF), nas pastas de Segurança Pública no Distrito Federal, São Paulo e no Rio de Janeiro e como Corregedor-Geral do Departamento Penitenciário Nacional, permitem crer que terá as habilidades necessárias para defender os interesses da Polícia Federal junto ao Governo Federal, Congresso Nacional, Tribunais Superiores e demais instituições.
A ADPF e a Fenadepol se colocam à disposição do Diretor-Geral para ajudar no objetivo de proteger e fortalecer a Polícia Federal, objetivo tão caro aos Delegados de Polícia Federal, e desejam que sua gestão deixe também como legado uma efetiva atuação que consolide a valorização da instituição e de seus profissionais, que fazem da PF um órgão de excelência reconhecido por todos.
Paradoxalmente, tais servidores se sentem hoje abandonados pelo Governo Federal, em momento de emergência de saúde pública nacional, diante de reformas constitucionais que injustamente lhes retiram direitos e ameaçam a continuidade da Polícia Federal como órgão forte e capaz de executar suas funções constitucionais.
Por fim, as entidades reconhecem o esforço e dedicação acima da média do Delegado Rolando Alexandre de Souza no comando da Polícia Federal, o parabenizam pelos êxitos alcançados e desejam sucesso nas novas missões.
Edvandir Felix de Paiva, presidente da ADPF
Tania Prado, presidente da Fenadepol
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