O ministro Dias Toffoli tomou posse na tarde desta quinta-feira, 13, como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), que comandará pelos próximos dois anos. Aos 50 anos, Toffoli é o mais jovem ministro a presidir o STF desde o Império e sucederá a ministra Cármen Lúcia, cuja presidência foi marcada por turbulências e casos polêmicos que aprofundaram as divisões internas da Corte.
Antes de assumir uma cadeira no Supremo, Toffoli atuou no Executivo como advogado-geral da União no governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva (de 2007 a 2009), atualmente condenado e preso no âmbito da Lava Jato, e no Legislativo, como assessor Jurídico da Liderança do PT na Câmara dos Deputados (1995 a 2000). O ministro tomou posse no STF em 2009, nomeado por Lula.
- Foto: Dida Sampaio/Estadão ConteúdoDias Toffoli
Ao assumir a presidência, Toffoli sai da composição da Segunda Turma do STF, da qual fez parte juntamente com os ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e Edson Fachin. Ao lado de Gilmar e Lewandowski, Toffoli compunha o trio crítico na Turma a questões cruciais para a Lava Jato, impondo derrotas a Fachin, relator da operação no STF. Essa maioria pode acabar invertida com a saída de Toffoli do colegiado e o retorno da ministra Cármen, dando mais peso às posições de Fachin e do decano Celso de Mello.
Natural de Marília (SP), o ministro é formado em Direito pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco da Universidade de São Paulo - USP, que frequentou de 1986 a 1990.
Pauta
Toffoli já definiu a pauta de julgamentos do plenário da Suprema Corte para a segunda quinzena deste mês, optando por temas de impacto social e ambiental - e sem polêmicas.
Na primeira sessão de julgamentos sob o comando de Toffoli, marcada para a próxima quarta-feira, 19, o STF discutirá o uso de aeronaves para o lançamento de substâncias químicas no combate ao mosquito Aedes aegypti e uma lei estadual do Amapá que trata de uma licença ambiental única para atividades e empreendimentos de agronegócio.
Conforme informou no mês passado o Broadcast Político, plataforma de notícias em tempo real doGrupo Estado, Toffoli não pretende pautar ainda neste ano ações que discutem a possibilidade de execução provisória de pena, como a prisão, após condenação em segunda instância.
O ministro avalia que isso provocaria um "desgaste" à imagem do tribunal em pleno período eleitoral. O tema, no entanto, pode retornar ao plenário no primeiro semestre do ano que vem, já que o STFainda não julgou definitivamente as ações, o que tem levado a críticas dentro e fora da Corte.
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