O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou neste sábado (08) que a anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro não deve ser tratada como uma questão política, mas sim humanitária. A declaração foi dada em entrevista à Folha de S.Paulo .
O posicionamento de Bolsonaro veio após declarações do presidente da Câmara dos Deputados , Hugo Motta (Republicanos-PB), que destacou a gravidade dos ataques às instituições e afirmou que o episódio não pode se repetir.
"O que aconteceu não pode ser admitido que aconteça novamente. Foi uma agressão às instituições, uma agressão inimaginável, ninguém imaginava que aquilo pudesse acontecer. Agora, querer dizer que foi um golpe? Um golpe tem que ter um líder, alguém estimulando, apoio de outras instituições interessadas, e não teve isso", afirmou Motta.
Bolsonaro e Motta já conversaram sobre o tema, e, segundo o presidente da Câmara, a anistia não foi uma condição para o apoio do ex-presidente à sua candidatura ao comando da Casa. No entanto, Bolsonaro teria solicitado que o assunto voltasse a tramitar no Congresso.
Por meio de seu advogado, Fábio Wajngarten, Bolsonaro reforçou que "nunca falou em anistia para ele próprio". "Até porque ele nunca foi condenado, muito menos julgado. A anistia é para os já condenados, para os filhos de pais que ficaram órfãos, diante de penas abusivas e julgamentos absolutamente distorcidos, que não respeitaram o Código Penal brasileiro nem a Constituição", afirmou Wajngarten.