O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta sexta-feira (7) que o governo lançará novos programas de crédito à população a partir da próxima semana. Sem dar detalhes sobre as iniciativas, ele afirmou que o objetivo é aumentar o poder de compra dos brasileiros, especialmente no consumo de alimentos. O anúncio ocorre em meio à alta dos preços dos alimentos, que tem impactado sua popularidade.
“Nós temos alguns programas que vamos anunciar, e eu não vou nem falar porque é surpresa. A partir da semana que vem, a gente vai começar a anunciar alguns programas, porque eu quero mais crédito para o povo”, declarou Lula durante um evento na Bahia, onde usava um boné que gerou discussões em Brasília.
O petista reforçou que a ampliação do crédito ajudará a economia a girar e melhorará a vida das pessoas. “Vamos fazer muitas políticas de crédito nesse país, porque a hora que o dinheiro começa a circular nas mãos das pessoas, ninguém aqui vai comprar dólar. Ninguém vai depositar no exterior. Vocês vão comprar comida, roupa, material escolar e vão melhorar a vida da cidade de vocês”, disse.
Reunião com bancos e defesa do consumo
O anúncio dos novos programas acontece poucos dias depois de Lula se reunir com presidentes de bancos públicos. O presidente tem defendido que o dinheiro precisa circular mais na economia para que a população tenha condições de consumir e melhorar sua qualidade de vida.
Em um discurso de forte apelo popular, Lula voltou a se colocar como alguém do povo e criticou a limitação de oportunidades para as classes mais baixas. “Nós não nascemos só pra cortar cana, ser empregada doméstica, trabalhar em fábrica. A gente quer ser doutor, pesquisador, engenheiro, médico, advogado, o que a gente quiser”, afirmou.
Polêmica sobre os preços dos alimentos
A fala de Lula ocorre um dia após ele ser criticado por sugerir que os consumidores boicotem produtos com preços elevados. Na quinta-feira (6), durante entrevistas a rádios da Bahia, o presidente afirmou que os brasileiros devem evitar comprar alimentos de locais suspeitos de estarem cobrando valores abusivos.
“Uma das coisas mais importantes para que a gente possa controlar o preço é o próprio povo. Se você vai no supermercado aí em Salvador e você desconfia que tal produto tá caro, você não compra. Ora, se todo mundo tiver essa consciência e não comprar aquilo que ele acha que está caro, quem está vendendo vai ter que baixar [o preço] pra vender, porque se não vai estragar”, argumentou.
Desde que a crise dos preços dos alimentos se intensificou em janeiro, o governo tem apresentado diversas justificativas para o problema. Em diferentes momentos, autoridades apontaram fatores econômicos, mudanças climáticas e até um suposto aumento da massa salarial como razões para a alta dos preços