O Exército Brasileiro informou nessa segunda-feira (24), que expulsou seis militares acusados de agredir um soldado de 19 anos do 13º Regimento de Cavalaria Mecanizado, em Pirassununga, São Paulo.
Segundo relato do jovem, a agressão ocorreu em 16 de janeiro deste ano, enquanto organizava um espaço dentro do quartel. Em seu depoimento, ele contou que outros soldados afirmaram que ele deveria limpar uma câmara fria.
Contudo, ao chegar ao local, a vítima foi atacada com um remo de panela industrial e pedaços de ripa de madeira. Além disso, ele teve a farda arrancada e sofreu agressões com uma vassoura, que foi quebrada no ânus.
De acordo com Pablo Canhadas, advogado da vítima, as agressões se estenderam por cerca de 30 minutos. O jovem relatou que dois colegas o imobilizaram enquanto os demais o agrediam.
Processo
Com a expulsão, os acusados responderão como civis a um processo na Justiça Militar da União (JMU). Já o inquérito policial militar, instaurado em 20 de janeiro foi concluído na última semana e está sob sigilo, assim como os nomes dos acusados.
Em nota, o Exército Brasileiro informou que “repudia, veementemente, a prática de maus-tratos ou qualquer ato que viole os direitos fundamentais do cidadão”.
Vítima também foi afastada
Conforme informações do advogado da vítima, Pablo Canhadas, o jovem passou a seguir uma rotina baseada no uso de calmantes. No dia 24 de janeiro, o soldado foi submetido a uma avaliação médica dentro das instalações do 13º RC, em Pirassununga.
Segundo Canhadas, o soldado foi afastado das funções por 45 dias. Atualmente, ele segue um tratamento com antidepressivos e antipsicóticos. O advogado também informou que o jovem será submetido a uma nova avaliação de saúde na Junta Militar em São Paulo.
Ainda de acordo com Canhadas, o soldado ficou traumatizado, extremamente abalado e introspectivo.