A Justiça Eleitoral de São Paulo acatou a denúncia apresentada pelo Ministério Público Eleitoral contra o deputado federal Mario Frias (PL-SP). Ele é acusado de divulgar informações falsas sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a campanha eleitoral de 2022.

Embora Mario Frias ainda não tenha sido formalmente notificado, ele terá a oportunidade de apresentar sua defesa no decorrer do processo.

Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados
Deputado Mario Frias

A denúncia alega que, em outubro de 2022, o deputado distorceu o significado da sigla “CPX”, que estava em um boné presenteado a Lula durante sua visita ao Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Frias publicou em seu perfil no X uma imagem do ex-presidente usando o boné, acompanhada da legenda: “Gíria utilizada pelo crime CPX = cupinxa, parceiro do crime”. A publicação alcançou mais de 43 mil curtidas e 10 mil compartilhamentos.

No texto da denúncia, o promotor eleitoral Silvio Antonio Marques esclareceu que a sigla “CPX” é uma abreviação de “Complexo”, uma referência aos Complexos da Maré, da Penha, do Alemão e outras comunidades do Rio de Janeiro. O boné, segundo o promotor, foi produzido a pedido dos moradores do Complexo do Alemão e doado ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva. A sigla, portanto, não estava vinculada a facções criminosas.

O Ministério Público Eleitoral acusa Mario Frias de tentar “influenciar os eleitores” ao associar a imagem de Lula a facções criminosas do Rio de Janeiro. O promotor alegou que o objetivo da publicação era, em teoria, “desestimular os eleitores a votarem no candidato”.

Diante disso, o promotor solicitou que a denúncia fosse aceita pela Justiça Eleitoral, que o deputado fosse citado, e que fosse marcada uma audiência de instrução e julgamento para ouvir as testemunhas e realizar o interrogatório de Frias, além de dar continuidade ao processo até a sentença final.