Sidônio Palmeira , futuro ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), afirmou que a suspensão do sistema de checagem de fatos é "ruim para a democracia" e ressaltou a necessidade de regulamentar as redes sociais. Ele assumirá o cargo na próxima semana, substituindo Paulo Pimenta , cujo afastamento foi anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no início desta semana, após críticas sobre a dificuldade de comunicação do governo com a sociedade.
Durante um evento no Palácio do Planalto, Palmeira expressou sua opinião: "Eu acho que isso é ruim para a democracia. Isso é ruim para a democracia, porque você não faz um controle da proliferação do ódio, da desinformação, da fake news. Esse é o problema. A gente precisa ter um controle. É preciso ter uma regulamentação das redes sociais", afirmou o novo ministro.
A declaração foi dada no contexto de uma mudança nas políticas da Meta, que controla o Facebook e Instagram. O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou que o sistema de checagem de fatos será substituído por um modelo de "notas da comunidade", no qual os próprios usuários irão colaborar para questionar informações nas plataformas, à semelhança do que ocorre no X (antigo Twitter), de Elon Musk .
Zuckerberg defendeu a mudança, afirmando: “Chegamos a um ponto em que há muitos erros e muita censura. É hora de voltar às nossas raízes em torno da liberdade de expressão. Vamos nos concentrar em reduzir erros, simplificar nossas políticas e restaurar a liberdade de expressão em nossas plataformas. Vamos ajustar nossos filtros de conteúdo para exigir muito mais confiança antes de remover conteúdo”.
Além disso, o empresário declarou que pretende trabalhar com o ex-presidente dos EUA, Donald Trump , para proteger a liberdade de expressão em todo o mundo. "Vamos pressionar governos ao redor do mundo que estão perseguindo companhias americanas, obrigando-as a censurar mais", disse Zuckerberg.
Em um trecho de suas declarações, Zuckerberg também criticou países da América Latina, sugerindo que eles operam com "tribunais secretos" que podem ordenar a remoção silenciosa de conteúdos. Ele parece se referir a episódios como o ocorrido no Brasil em 2024, quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou a remoção de conteúdos de redes sociais produzidos por brasileiros.