A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo indiciou, nesta quinta-feira (30), os 17 policiais militares suspeitos de envolvimento no assassinato de Vinícius Gritzbach , delator do PCC ( Primeiro Comando da Capital ), ocorrido em novembro do ano passado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Todos os acusados já estão presos, e o inquérito do caso deve ser concluído nos próximos dias para ser encaminhado à Justiça Militar. O interrogatório dos suspeitos foi iniciado, e novas diligências podem surgir à medida que o caso avança.

Entre os 17 PMs indiciados, estão dois policiais que, segundo a investigação, teriam sido os responsáveis diretos pelo assassinato. O cabo Denis Antonio Martins e o soldado Ruan Silva Rodrigues são acusados de atirar contra Gritzbach, enquanto o tenente Fernando Genauro da Silva, que dirigia o veículo utilizado pelos atiradores, também é apontado como cúmplice. A investigação obteve provas de que o celular do tenente recebeu chamadas durante os momentos cruciais do crime, o que reforça a hipótese de seu envolvimento.

Foto: Reprodução/WhatsApp
Câmera de segurança flagrou o exato momento em que o empresário Antônio Vinicius Gritzbach foi morto

Em janeiro deste ano, as prisões de outros três policiais militares, incluindo um tenente, um cabo e um soldado, ocorreram em decorrência da investigação sobre o assassinato. Além deles, 14 PMs foram detidos por suposto envolvimento com o PCC, incluindo alguns membros da escolta pessoal de Gritzbach.

A investigação também revelou que parte da munição utilizada no assassinato pertencia à própria Polícia Militar. De acordo com a análise pericial das armas e munições apreendidas, foi possível rastrear a numeração dos projéteis e confirmar que a munição utilizada no crime era de um lote adquirido pela PM paulista.

A apuração sobre o caso teve início em março de 2024, após uma denúncia anônima sobre o vazamento de informações sigilosas por parte de policiais. O esquema criminoso envolvia o repasse de dados estratégicos que favoreciam o PCC, prejudicando investigações e permitindo a fuga de membros da facção. Gritzbach, que havia colaborado com a polícia, foi uma das vítimas do esquema, tornando-se alvo fatal de uma ação orquestrada por policiais militares.