A Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo prendeu, nesta quinta-feira (16), um policial militar suspeito de envolvimento no assassinato do empresário Vinícius Gritzbach , morto a tiros em novembro de 2024 no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Gritzbach, acusado de estar envolvido em esquemas de lavagem de dinheiro para o PCC, foi executado enquanto estava sob escolta policial. O crime está sendo investigado como parte de uma operação que apura vazamentos de informações sigilosas de policiais para criminosos da facção.

A operação, que também resultou na prisão de 12 outros policiais militares, teve início após uma denúncia anônima, em março de 2024, sobre o envolvimento de PMs com o crime organizado. A investigação revelou que esses policiais não apenas vazavam informações estratégicas, mas também prestavam serviços de segurança particular para criminosos, incluindo Gritzbach, integrando uma rede de proteção ao PCC. As investigações se aprofundaram em outubro, quando surgiram provas, como fotos de PMs fazendo escolta de Gritzbach em uma audiência no Fórum da Barra Funda.

Gritzbach, que havia firmado uma delação premiada com o Ministério Público, entregou nomes de pessoas ligadas ao PCC e acusou policiais de corrupção. No dia 8 de novembro de 2024, o empresário foi morto por dois homens encapuzados e armados com fuzis, que fugiram logo após o crime. Durante a operação de investigação, foram apreendidos celulares dos policiais que faziam a escolta dele, e os dados apontaram que eles estavam envolvidos diretamente com a facção criminosa. O assassinato foi registrado por câmeras de segurança do aeroporto, e um motorista por aplicativo também foi morto pelos disparos.

A Corregedoria conseguiu identificar um dos executores do homicídio após análise minuciosa de registros telefônicos e testemunhos de pessoas que presenciaram a fuga dos criminosos. A força-tarefa montada pelo governo paulista para investigar o caso prendeu dois suspeitos dias após o homicídio, e as apurações continuam para identificar todos os envolvidos na execução e nos esquemas de corrupção dentro da Polícia Militar.

Além dos 12 policiais militares já detidos, ainda há mandados de prisão em aberto contra outros dois agentes, que são investigados por envolvimento com o PCC. O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, declarou que a operação reforça o compromisso da corporação em combater desvios de conduta e o crime organizado, afirmando que "nada vai ficar sem a devida resposta".