O Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil criticou neste sábado, 11, episódios de prisões, ameaças e perseguições a opositores políticos na Venezuela. O governo brasileiro declarou que acompanha com “grande preocupação” denúncias de violações de direitos humanos no país, em meio à recente posse de Nicolás Maduro para um terceiro mandato como presidente. A cerimônia de posse, realizada na sexta-feira, 10, foi marcada pela ausência de chefes de Estado e governos de diversos países, incluindo os Estados Unidos e a Argentina, que não reconhecem o governo de Maduro.

A posição do Brasil foi divulgada em nota oficial, na qual o MRE destacou a necessidade de diálogo entre as forças políticas venezuelanas para superar a crise. Segundo o comunicado, o governo brasileiro reconheceu "gestos de distensão" promovidos por Maduro, como a liberação de cerca de 1,5 mil detidos nos últimos meses e a reabertura do Escritório do Alto Comissário de Direitos Humanos das Nações Unidas em Caracas. Apesar disso, o Brasil enviou uma embaixadora para representar o governo na cerimônia de posse do mandatário venezuelano.

A legitimidade do mandato de Nicolás Maduro é contestada por grande parte da comunidade internacional. Diversos governos reconhecem o ex-diplomata Edmundo González como o presidente legítimo da Venezuela, alegando que as eleições que reconduziram Maduro ao cargo foram marcadas por irregularidades. Ainda assim, o Brasil permanece na lista de países que reconhecem oficialmente o regime bolivariano, uma vez que o Itamaraty evitou classificar Maduro como ditador em sua declaração oficial.

A posse de Nicolás Maduro acontece em um cenário de contínua pressão internacional contra o governo venezuelano, acusado de autoritarismo e violação de direitos humanos. Diversas nações, incluindo potências regionais como a Argentina, mantêm sanções e não reconhecem a legitimidade de seu governo. A ausência de chefes de Estado na cerimônia reforçou o isolamento diplomático de Maduro, enquanto manifestações contrárias ao regime ocorreram em diferentes países.