Candidatos a conselheiros do Conselho Federal de Medicina (CFM) com posições favoráveis à vida, contra o aborto e a favor da autonomia médica para receitar tratamentos estão sofrendo uma onda de ataques em redes sociais e meios de comunicação. As informações são da Gazeta do Povo . Segundo a reportagem, a finalidade desses ataques é gerar uma guinada progressista nas eleições que ocorrem nos próximos dias 6 e 7 de agosto.

Os grupos classificam como contrários à ciência os questionamentos às suas posições. Entre o que eles consideram "anticientífico" está a condenação pelo CFM da assistolia fetal, procedimento usado para matar bebês até o nono mês de gestação.

Na atual eleição para o CFM, entre os alvos dos ataques estão todos os candidatos que defenderam a autonomia do médico na pandemia da covid-19, que ousaram questionar os dogmas veiculados pelo “consórcio”.

A Gazeta citou que em postagens em redes sociais e entrevistas em podcasts, os grupos ideológicos que se posicionam contra as chapas pró-vida e pró-autonomia médica rotulam o posicionamento de seus adversários como “bolsonaristas”, “obscurantistas”, “politizados” e contra a ciência.

Entre os alvos estão: a doutora em Bioética Rosylane Rocha (candidata no Distrito Federal); o doutor em Ginecologia Raphael Câmara (candidato no Rio de Janeiro); o ex-presidente do CFM Mauro Ribeiro (candidato no Mato Grosso do Sul); e o infectologista Francisco Cardoso (candidato em São Paulo).

“É aquela coisa: acuse-os do que você é. Quando tentam acusar o Conselho Federal de Medicina ou as chapas que têm certos posicionamentos de estarem fazendo um trabalho que não é técnico, não é ético, mas político, na realidade, eles estão nos acusando do que eles fazem”, afirmou Rosylane.

A Associação Brasileira de Médicos e Médicas pela Democracia (ABMMD) e o movimento “Muda CFM” estão entre as instituições à frente dos ataques, que criticam não só as chapas que defendem posicionamentos a favor da vida e da autonomia médica, mas também a própria composição atual do CFM, que, segundo eles, estaria politizando a medicina no país.

Como justificativa, eles citam, por exemplo, a postura cientificamente embasada do CFM contra a prática do teleaborto e a defesa que o órgão fez da autonomia médica durante a pandemia.

Os ataques recentes revelam uma cartada final desesperada para tentar dar uma guinada progressista no CFM. Os esquerdistas temem que a posição pró-vida continue prevalecendo no conselho nos próximos anos. As eleições ao CFM ocorrem a cada cinco anos.