Gabriel Galípolo , escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para presidir o Banco Central (BC), será sabatinado no Senado Federal em 9 de setembro. A indicação de Galípolo foi anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad , no Palácio do Planalto. Atualmente, Galípolo faz parte da diretoria do órgão e, caso aprovado, sucederá Roberto Campos Neto, que permanece no cargo até dezembro.
A sabatina dos novos diretores do BC, no entanto, deve ocorrer somente após as eleições. Galípolo será avaliado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e, em seguida, seu nome precisará ser aprovado pelo plenário da Casa em votação secreta. A indicação de Galípolo era esperada pelo mercado, e ele chegou a adiantar seu retorno a Brasília a pedido de Lula para tentar agilizar a apreciação de seu nome no Congresso.
Galípolo é um economista próximo de Lula, tendo atuado na campanha do petista, na equipe de transição de governo e no Ministério da Fazenda antes de assumir a Diretoria de Política Monetária do BC. Formado em Ciências Econômicas e mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), ele substituiu o presidente Campos Neto durante as férias deste em julho.
Como diretor de política monetária, Galípolo tem se posicionado como independente das visões políticas de Lula, defendendo que a manutenção da taxa de juros é uma decisão puramente econômica. Em diversas ocasiões, ele afirmou que todos os diretores do BC estão dispostos a fazer o necessário para cumprir a meta de inflação, votando em junho pela manutenção da taxa de juros em 10,50%.
Recentemente, Galípolo comentou as diferenças entre o cenário econômico brasileiro e o dos Estados Unidos, que começou a dar sinais de moderação. Suas declarações e ações têm sido vistas como um sinal de independência do Executivo, reforçando sua postura técnica e comprometida com a estabilidade econômica.