Foram revelados mais detalhes sobre a morte do empresário Luiz Marcelo Ormond, que pode ter sido envenenado pela namorada, Júlia Andrade Cathermol Pimenta. Informações mostram que a vítima foi pressionada por ela para alterar o contrato de venda de um imóvel com o objetivo de incluí-la como beneficiária dos pagamentos ainda pendentes pela venda, mas Luiz não mudou o documento.

A informação foi trazida à tona no depoimento de Marcos Antônio de Souza Moura, amigo de infância de Luiz Marcelo, e que mantinha contato frequente com ele. Segundo Marcos, há duas semanas, a própria vítima contou que estava sendo pressionada pela namorada para realizar essa mudança no documento de compra e venda.

Marcos Antônio contou à polícia que comprou uma casa de Luiz Marcelo no bairro Maria da Graça, na zona norte. Segundo ele, os dois combinaram que o valor da casa seria pago em parcelas mensais de R$ 3 mil, todo dia 25 de cada mês.

Além disso, o amigo se comprometeu a pagar mais R$ 20 mil a cada mês de janeiro, até que o valor total fosse quitado. De acordo com o depoimento de Marcos, Júlia Andrade, que está foragida, queria ser beneficiária no contrato de compra e venda do imóvel, no lugar de Pedro Paulo Ormond Barbosa, primo de Luiz Marcelo.

“Ele falou: 'pô, Marcos, ela tá me perturbando. Ela perguntou por que eu não botei ela no contrato, e botei meu primo”, revelou Marcos, em depoimento à polícia. O amigo da vítima também contou que recebeu uma mensagem suspeita enviada pelo celular de Luiz Marcelo no dia 18 de maio.

Marcos acredita que a mensagem não foi escrita pelo amigo. O que mais chamou a atenção de Marcos Antônio foi o fato de a mensagem chegar em forma de texto, diferente do hábito que eles tinham de só se falar por meio de áudio. No conteúdo da mensagem, um pedido de antecipação do pagamento de uma das parcelas da venda do imóvel.

"Nunca fizemos mensagens de texto, sempre áudio, áudio para lá, áudio para cá, nunca falamos por mensagem de texto e eu estranhei, nesse dia que ele me pediu o adiantamento", declarou Marcos.

O teor da mensagem que teria sido escrita por Luiz Marcelo: "sobre o pagamento do dia 25, você pode antecipar este mês? Tive um gasto do caramba indo e voltando para light, para comprar as coisas para religação de luz".

Corpo encontrado

O corpo de Luiz Marcelo foi encontrado dentro do apartamento dele no Engenho Novo, na zona norte do Rio de Janeiro, no dia 20 de maio, já em estado avançado de decomposição.

A suspeita é que ele tenha sido assassinado pela namorada Júlia Cathermol, com um brigadeirão envenenado. As investigações sobre o caso indicam que Julia foi fria. Em seu depoimento, a suspeita disse que Luiz serviu o café da manhã dela na segunda de manhã, o que é impossível de acordo com a necropsia, já que o empresário já estava morto.

"Ela teria permanecido no interior do apartamento da vítima, com o cadáver, por cerca de 3, 4 dias. Lá ela teria dormido ao lado do cadáver, se alimentado, ela teria inclusive descido para a academia, se exercitado, retornado para o apartamento onde o cadáver se encontrava", descreveu o delegado Marcos Buss.

Conforme o responsável pelas investigações, a principal suspeita pela morte de Luiz Marcelo é a namorada, Júlia Cathermol, que segue foragida da Justiça. "Ela é a principal suspeita de ter praticado esse crime bárbaro", afirmou o delegado.

Motivação do crime

O delegado Marcos Buss, afirmou que Júlia Cathermol teve motivação econômica para a prática do crime. De acordo com o investigador, ela estava insatisfeita ao saber que o namorado havia desistido de formalizar a união estável com ela. "A motivação é econômica. Nós temos elementos que a Júlia estava em processo de formalização de uma união estável com a vítima. Mas, em determinado momento, o que nos parece, é que a vítima desistiu da formalização da união", comentou Buss.