O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou um pacote de R$ 5,5 bilhões para universidades federais, reutilizando recursos já previstos no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A medida, divulgada em meio à greve dos professores que já dura dois meses, inclui apenas R$ 250 milhões em novos recursos para hospitais universitários, segundo a Casa Civil.

Lula e o ministro da Educação, Camilo Santana, enfrentaram cobranças durante o evento no Palácio do Planalto, com o presidente afirmando que “não há muita razão para essa greve estar durando o que está durando”.

O pacote inclui R$ 600 milhões para expansão e R$ 1,75 bilhão para hospitais universitários, mas a maior parte dos recursos já estava prevista no lançamento do Novo PAC em agosto passado. O programa previa R$ 4,5 bilhões para a educação superior e uma doação de R$ 750 milhões da Itaipu Binacional para a Unila. Os novos recursos somam R$ 250 milhões adicionais para hospitais universitários, detalhou a Casa Civil.

A Casa Civil explicou que o Novo PAC é um instrumento de planejamento, e que muitos recursos já estavam reservados, mas sem destinação específica. Com a definição dos projetos e obras, foi possível detalhar quais universidades e regiões serão beneficiadas. O Ministério da Educação destacou o valor bilionário no encontro com os reitores, mas não respondeu a questionamentos sobre a inclusão de projetos antigos, afirmando que a maioria dos projetos é nova.

No lançamento do Novo PAC, foram previstos 75 projetos, incluindo a retomada de obras em universidades federais e novas unidades de hospitais universitários. Com os novos projetos definidos pelo MEC, esse número subiu para 338. Os investimentos de R$ 3,15 bilhões já estavam previstos, mas agora têm destinação específica. Entre as novidades, foi anunciada a construção de dez novos campi universitários, embora três deles ainda não tenham instituição definida.

A greve nas universidades federais afeta 61 instituições, com professores reivindicando aumentos salariais em diferentes períodos até 2026. O governo propõe um aumento de 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026, enquanto os professores pedem 3,69% em agosto deste ano, 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em maio de 2026. O Ministério da Educação informou que os novos recursos são oriundos do Orçamento Geral da União, mas ainda estão em fase de detalhamento técnico.