As próximas reuniões do Banco Central sobre a taxa de juros terão a atenção total dos investidores, já que farão parte da reta final do mandato do atual presidente, Roberto Campos Neto, que sairá no dia 31 de dezembro de 2024. Em seu lugar, ficará um indicado pelo presidente Lula, crítico da autonomia formal do BC e que busca ter mais influência nas decisões da instituição.

O nome mais cotado para assumir a presidência é o de Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária do Copom. Seus votos indicarão sua posição de maior ou menor tolerância em relação à inflação e como ele reagirá às pressões vindas do governo.

Durante a última direção do Copom, as especulações sobre interferência política na diretoria do Banco Central aumentaram após a divisão sobre o tamanho da queda de juros, com um placar de 5 a 4. Cinco diretores indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro foram a favor de um corte de 0,25 ponto na taxa Selic, enquanto quatro indicados por Lula preferiram uma redução de 0,5 ponto.

Com isso, ocorreu um freio no processo de relaxamento monetário, já que o Copom vinha reduzindo em 0,5 ponto desde agosto de 2023. Além disso, Lula e membros do governo sempre manifestaram o desejo de cortes ainda maiores na taxa Selic.