Cerca de 200 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiram, na madrugada dessa quarta-feira (17), a Fazenda Coqueirinho, no município de São Mateus, no Norte do Espírito Santo. O grupo invasor alegou que a área está na Justiça Federal por “não cumprimento de direitos trabalhistas”.
A fazenda, que tem 294 hectares e uma área devoluta de 28 hectares, já abrigou a sede de uma fábrica de farinha de mandioca. A ação foi divulgada pelos militantes através das redes sociais e faz parte do “Abril Vermelho”.
Além do Espírito Santo, o movimento invadiu terras em Sergipe, Pernambuco, São Paulo, Goiás, Rio Grande do Norte, Paraná, Pará, Ceará, Rio de Janeiro e Bahia, além do Distrito Federal.
O “Abril Vermelho” é o período em que o MST intensifica as invasões de terras pelo país. O deputado estadual Lucas Polese (PL-ES) disse em seu Instagram que enviou um ofício na terça-feira (16), alertando as autoridades sobre possíveis invasões na Fazenda Coqueirinho.
A fazenda cultiva macadâmias e abriga uma fábrica associada à Cooperativa Agroindustrial de Produtores de Noz de Macadâmia (Coopmac).
Repúdio
Através de nota, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo (Faes) repudiou a invasão. Segundo a federação, alertas ao governo do Estado sobre a possibilidade de invasões durante o mês de abril foram feitos durante todo o início do ano. A organização cobra um posicionamento dos órgãos públicos sobre o ocorrido e espera que as ações sejam aplicadas de forma incisiva.
“Esse cenário vai de encontro aos inúmeros ofícios e articulações da Federação que demonstravam extrema preocupação e reivindicação de posicionamento dos órgãos públicos diante das ameaças ocorridas no início do ano. Diante disso, pedimos providências imediatas ao poder público do Estado do Espírito Santo na defesa da ordem e preservação da ordem de forma incisiva, conforme seu dever constitucional previsto no art. 144 da Carta Magna”, diz trecho da nota.
A Faes também ressaltou que a invasão do MST “põe em xeque a segurança jurídica e o direito de propriedade”, trazendo insegurança para os produtores rurais atingidos, bem como os da região e do território estadual. Até o momento, não houve manifestação por parte dos proprietários do terreno.