O ministro Alexandre de Moraes , do Supremo Tribunal Federal ( STF ), homologou nesta terça-feira (19) a delação do ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de ser o executor do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A informação foi confirmada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski , durante pronunciamento oficial.

“Acabo de estar com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que me comunicou oficialmente que homologou a colaboração premiada do ex-policial Ronnie Lessa, depois de ter passado no dia de ontem por uma audiência com o juiz auxiliar do ministro, em que ele confirma todos os termos da delação”, declarou o ministro da Justiça.

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
Ricardo Lewandowski

Ainda segundo Lewandowski, a delação de Ronnie Lessa traz “elementos importantíssimos” que poderão levar, finalmente, a identificação do mandante do duplo homicídio, ocorrido em 2018.

“Esta colaboração premiada obviamente tramita em segredo de justiça, e este ministro não teve acesso a ela, mas sabemos que esta colaboração premiada, que é um meio de obtenção de provas, traz elementos importantíssimos que nos levam a crer que brevemente nós teremos a solução do assassinato da vereadora Marielle Franco”, frisou Ricardo Lewandowski.

A colaboração de Lessa foi fechada há duas semanas com a Polícia Federal, com aval do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público estadual (MP-RJ). O ex-PM está preso há mais de cinco anos e atualmente se encontra na penitenciária federal de Campo Grande.

Respondendo a dez ações penais, incluindo o assassinato de Marielle e Anderson, Ronnie Lessa concordou em obter uma espécie de unificação de sentenças, e, com isso, a pena total por todos os crimes que lhe são imputados ficaria entre 20 e 30 anos de prisão. Com a homologação da colaboração premiada, ele também poderá ser transferido para uma unidade carcerária no Rio de Janeiro.

Além de Ronnie Lessa, também é acusado de participação no crime o ex-policial Élcio de Queiroz, que teria sido o motorista do carro utilizado na execução. Em delação premiada já homologada, Queiroz confirmou Ronnie Lessa como executor dos assassinatos.