O atual diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, foi citado em ao menos quatro relatórios da Polícia Federal sobre o suposto esquema de arapongagem ilegal no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As informações foram divulgadas nessa segunda-feira (11) pelo jornal Folha de S. Paulo .
Um dos relatórios da investigação da PF menciona Corrêa como “investigado”. Os documentos estão incluídos na investigação sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Luiz Fernando Corrêa assumiu o comando da Abin em maio de 2023. Antigo auxiliar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ele já foi diretor-geral da PF, no primeiro mandato do petista. Em entrevista recente, o presidente da República reafirmou sua confiança no chefe da agência de inteligência.
A Abin vem sendo investigada pela PF desde março do ano passado, quando veio à tona a informação de que o Governo Bolsonaro supostamente usou o programa FirstMile para investigar adversários políticos, por meio de localização geográfica.
O primeiro documento onde Luiz Fernando Corrêa é citado consiste em um relatório da Divisão de Contrainteligência Policial, datado de 3 de novembro de 2023. O segundo documento, de 11 de janeiro, trata do depoimento prestado por Corrêa em 25 de outubro de 2023 na Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso.
O terceiro documento contém uma análise de materiais apreendidos na primeira operação da PF que investigou o caso. Com base em informações obtidas a partir de uma agenda de anotações e um grupo de WhatsApp, a PF concluiu que Corrêa participou de reuniões da diretoria da Abin antes de ser nomeado diretor-geral.
Já o quarto documento é a análise do celular de Paulo Maurício Fortunato, que foi o número 3 da agência. O relatório revela mensagens de um grupo de WhatsApp que estava ativo desde janeiro de 2023, quando o atual diretor-geral já havia sido escolhido para o cargo.