A Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) apontou que as denúncias de antissemitismo têm aumentado consideravelmente, desde o pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que comparou o contra-ataque de Israel contra o grupo terrorista Hamas ao Holocausto nazista.
Segundo dados levantados pelo Departamento de Segurança Comunitária (DSC) da federação, o número de registros por esse tipo de preconceito chegou a triplicar. Isso porque antes da fala de Lula, 46 denúncias foram protocoladas junto a instituição, e após o ocorrido, o número subiu para 157.
Um dos principais canais em que esse tipo de ataque é registrado acontece no Whatsapp, onde estudantes também têm sofrido com ataque constante. Segundo Marcos Knobel, presidente da Fisesp, esse é um reflexo da influência negativa do pronunciamento do presidente.
“A afirmação feita pelo presidente fez uma perversa distorção da realidade, pois estamos vivendo uma onda de ataques antissemitas desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro, e isso ganhou ainda mais força depois da declaração”, frisou o presidente da federação.
Em alguns casos, estudantes têm sido agredidos dentro de instituições de ensino, o que tem preocupado os membros da comunidade israelita.
Reação internacional
Após a comparação de Lula, Israel declarou o presidente como persona non grata, e aguarda retratação. As autoridades israelenses, o presidente Isaac Herzog, o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, e o premiê Benjamin Netanyahu repudiaram as falas do chefe do Executivo brasileiro, especialmente pela “banalização do Holocausto”.