O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), tem provocado revolta nos últimos dias após uma medida polêmica, que permite a aprovação automática de alunos da rede estadual, mesmo aqueles que não tiverem um bom desempenho no decorrer do ano letivo. Em um vídeo que circula na internet, o gestor aparece defendendo seu posicionamento, afirmando que uma escola que reprova é “autoritária”.

A declaração do governador se deu no início da semana, durante discurso em um evento oficial na cidade de Feira de Santana.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Jerônimo Rodrigues, governador da Bahia

“Eu fico muito triste como governador e como professor quando eu vejo professor e professoras reprovando alunos. Não pode ser um professor, um educador, que tenha que dizer no final do ano: ‘você está reprovado’. Quando se reprova, é a escola quem está reprovada, é a escola que não tem condições de dizer: ‘eu quero curar você da escuridão’. A escola que reprova é uma escola autoritária, é uma escola preconceituosa”, afirmou Jerônimo.

No discurso, o gestor disse que o sistema de ensino antigo era autoritário. “Na Bahia de Anísio Teixeira, na Bahia de Ruy Barbosa não cabe a escola ser autoritária. Porque a escola que nós tínhamos, a escola da escuridão, a escola dos autoritários era aquela que, além de reprovar, quando chamavam o pai ou a mãe, nenhum pai e nenhuma mãe queriam ir, porque sabia que era bronca”, completou.

Portaria

Em janeiro, o governador da Bahia assinou uma portaria permitindo a aprovação automática, na rede estadual, de alunos que tenham reprovado em até cinco disciplinas. A portaria nº 190/2024 estabelece que o Conselho de Classe pode permitir a progressão do aluno reprovado se considerar que seu “desempenho global foi satisfatório”.