O Primeiro Comando da Capital ( PCC ) está passando por um momento de divisão em sua liderança, conforme avaliação do promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Presidente Prudente, no interior de São Paulo. Gakiya, que investiga o PCC desde 2006, destaca a inédita situação vivenciada pela facção.

Segundo o promotor, a origem da divisão na facção ocorreu após uma ordem de exclusão e morte de Marco Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, apontado como líder máximo da facção paulista. Esta ordem foi emitida pelos líderes Roberto Soriano, o Tiriça, e Abel Pacheco de Andrade, o Vida Loka, alegando traição, má conduta e "caguetagem" por parte de Marcola.

Essa divisão foi desencadeada por uma conversa vazada entre Marcola e um advogado, usada durante o julgamento de Tiriça, na qual Marcola teria feito acusações contra o então aliado. Apesar de Marcola ter sido "absolvido", ele teria rompido laços de amizade e confiança com os líderes, o que iniciou uma nova disputa pelo comando da facção.

Recentemente, uma nova ordem, desta vez assinada por Marcola, chegou ao sistema prisional paulista e às ruas, decretando a expulsão e morte dos três líderes por calúnia e traição contra ele.

Além da disputa pelo comando, o promotor destaca conflitos passados dentro da facção, como o caso envolvendo a morte da agente federal Melissa de Almeida Araújo, ordenada por Tiriça, que resultou em sua condenação a 31 anos e seis meses de prisão.

Outros conflitos internos, como a exclusão e posterior morte de membros da facção, bem como tentativas de resgate de líderes presos, evidenciam a complexidade das relações dentro do PCC.

Por fim, o promotor ressalta a figura de Patrick Velinton Salomão, conhecido como Forjado, que assumiu o posto de líder nas ruas após a saída de Tuta, e destaca a recente união de Vida Loka e Andinho contra Marcola, alegando má condução dos negócios do grupo.