O empresário piauiense Fernando Oliveira Lima, mais conhecido como " Fernandin OIG ", prestou depoimento na tarde desta terça-feira (26) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets no Senado Federal, que investiga a influência de jogos de apostas online, possíveis conexões com lavagem de dinheiro e o papel de influenciadores digitais. O piauiense foi convocado pela relatora da CPI, a senadora Soraya Thronicke , e durante seu depoimento negou ser o representante do jogo de cassino online Fortune Tiger, conhecido como "Tigrinho", no Brasil. Ele também reforçou que considera a prática legal, visto ser apenas um jogo online.
"Queria dizer para vocês que eu não sou dono do Tigrinho, que foi colocado uma narração como dono, e eu queria dizer para vocês da Casa e para todo o Brasil que eu não sou", afirmou o empresário.
A empresa One Internet Group (OIG), de Fernandin, é suspeita de facilitar operações de apostas online , o que também levantou suspeitas sobre possíveis práticas ilícitas e lavagem de dinheiro .
Logo no início da sessão, o piauiense esclareceu que a empresa iniciou em 2013, com quizzes no Facebook e ao longo dos anos começou a prestar serviços de publicidades com o Google, Facebook e outras redes sociais. Dez anos depois, começou a prestar serviço para casa de apostas situadas no exterior. “Fui procurado para prestar serviço para empresa de aposta aqui no Brasil, e eu comecei a prestar serviço como qualquer outro vínculo de mídia, como as TVs, rádios. Então eu comecei a prestar serviço exibindo vídeos de bets dentro dos meus aplicativos. De lá para cá eu vi que era um mercado que já estava dentro de tratativas de regulamentação, de votação, e eu dei uma atenção para esse setor”, continuou o empresário.
Jogo de azar ou aposta esportiva
Ainda durante sua participação na Comissão, Fernandin foi questionado se considerava o "Tigrinho" como um jogo de azar ou uma aposta esportiva, sendo esta última legalizada e regulamentada no Brasil. Para o dono da OIG, o Fortune Tiger é um jogo online, legal , desenvolvido pela empresa PG Soft. Ele considerou que grande parte dos problemas associados ao jogo está na pirataria , em que os algoritmos utilizados nas plataformas não são auditáveis.
“O problema todo da fama do Tigrinho no Brasil, desse ‘rebuliço’ todo, é do jogo pirata, falso. Hoje existe no Brasil, eu não tenho nem ideia, eu sei que em 24 horas a gente pegou 2.037 sites falsos, sem licença. Um site falso, com o código falso. Esses sites piratas o Tigrinho deles não é da PG Soft, é um algoritmo manipulado”, destacou Fernandin.
Transferência para empresa laranja
Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou um pagamento suspeito de R$ 1,7 milhão da empresa administrada por Fernando Oliveira Lima, a uma empresa em nome de uma faxineira de São Paulo. Durante a CPI, a senadora Thronicke apresentou uma reportagem sobre o assunto, ocasião em que o questionou sobre a movimentação financeira. Em resposta, o empresário Fernandin afirmou que desconhece a transferência.