O governo Lula concluiu, na última quarta-feira (20), um tratado de cooperação com a empresa chinesa Spacesail responsável por fornecer acesso à internet via satélite espaciais, mercado atualmente dominado pela empresa Starlink do bilionário Elon Musk, que é futuro integrante da gestão de Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos.

O contrato tem o propósito diversificar as fontes de internet via satélite disponíveis no país e diminuir a dependência do serviço com a empresa de Musk. O acordo tem previsão de ser concluído após 15 anos, e estima-se que operações irão ter início em aproximadamente um ano.

As negociações do contrato foram concluídas durante a visita do governo da China ao Brasil nessa semana. A Spacesail já se comprometeu a efetuar todos os trâmites legais necessários para iniciar seu funcionamento em território brasileiro e empresa asiática também pretende estudar as demandas por internet via satélite em locais remotos do Brasil, onde a infraestrutura de fibra óptica não está disponível.

O Memorando de Entendimento assinado entre o governo brasileiro e a empresa chinesa afirma que "a Spacesail propõe investir na operação de um sistema de satélites LEO (sigla em inglês para órbita baixa da Terra) para fornecer serviços que expandam a oferta de conectividade espacial do Brasil e contribuam para a redução da divisão digital, especialmente em regiões isoladas e territórios rurais menos favorecidos, com previsão de início de operações em 2026".

A decisão pelo contrato com a Spacesail da China ao invés da Starlink de Elon Musk, segundo avaliação do professor do departamento de Ciência Política da Universidade Federal do Piauí (UFPI) Elton Gomes, pode não ter sido favorável para o Brasil já que a empresa escolhida atualmente não tem capacidade de substituir o aparato tecnológico disponibilizado pela Starlink de Elon Musk.