As Forças Armadas contrataram 12.681 militares da reserva com aumento salarial de 30% e gasto próximo de R$ 800 milhões ao ano. Os contratados devem atuar em funções administrativas e de assessoramento. O número das contratações é referente a 7% do total de militares reformados ou na reserva, contudo, a maior parte das admissões beneficia oficiais, com prioridade para capitães e coronéis, em detrimento de sargentos e praças.
Ainda de acordo com os dados, os militares aposentados podem ser integrados às Forças Armadas como Prestadores de Tarefa por Tempo Certo (PTTC), onde podem receber um adicional de 30% sobre seus vencimentos e desempenham as funções militares com ênfase em áreas de ensino, saúde e assessoria. Os contratos são validos por 2 anos e podem ser renovados, não ultrapassando 10 anos no total.
As contratações não são realizadas a partir de processo seletivo, sendo os escolhidos, militares indicados por lideranças das Forças Armadas, caracterizando um processo discricionário e sem muita transparência. Os salários dos PTTCs não incluem o adicional de 30% nos registros do Portal da Transparência , contudo, a remuneração média desses militares pode chegar a R$ 22.694, enquanto oficiais-generais podem receber até R$ 47 mil.
O Exército lidera o número de contratações com 6.190 inativos recontratados. A Marinha possui 3.598 e a Força Aérea 2.893. Foi destacado pelas autoridades que o modelo contribui para a gestão de pessoal e garante profissionais qualificados para tarefas administrativas e estratégicas, compensando os déficits de pessoal.
O Governo Lula anunciou medidas para conter gastos com benefícios das Forças Armadas, contudo as contratações de PTTCs não entraram na discussão. Essas mudanças incluem idade fixa mínima de 55 anos para aposentadoria e o fim das pensões para familiares de militares expulsos, que geram um custo de R$ 20 milhões mensais ao Exército.