O presidente do Banco Central (BC) , Roberto Campos Neto , manifestou-se contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propõe o fim da jornada de trabalho no modelo 6x1, além de reduzir o limite de horas semanais de 44 para 36 horas. Durante evento promovido pela Associação Comercial de São Paulo nesta terça-feira (19), Campos Neto afirmou que a proposta representa um retrocesso e vai na contramão da flexibilidade que tem caracterizado o mercado de trabalho brasileiro.

De acordo com Campos Neto, a PEC, que foi apresentada pela deputada Erika Hilton (Psol), desconsidera os avanços conquistados com a reforma trabalhista de 2017, que, segundo o presidente do BC, contribuiu para a redução do desemprego e a melhoria das condições do mercado de trabalho ao tornar as relações de trabalho mais flexíveis.

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Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central

“Eu acho que isso vai contra a reforma que foi feita. Grande parte da melhoria do trabalho que a gente está comemorando hoje é exatamente porque a relação de trabalho ficou mais flexível. Voltar atrás não vai ser bom para o empregado”, declarou o presidente do BC.

O presidente do Banco Central também alertou que a aprovação da PEC traria impactos negativos, como o aumento dos custos de mão de obra e a queda na produtividade dos trabalhadores. Ele ainda sugeriu que a medida poderia resultar em um aumento da informalidade no mercado de trabalho, já que as empresas poderiam optar por contratações informais para contornar as novas regras.

Esse não é o primeiro posicionamento de Campos Neto contra a proposta. Na segunda-feira (18), durante outro evento em São Paulo, ele já havia expressado sua “grande preocupação” com os efeitos da PEC.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propõe o fim da jornada de trabalho na escala 6x1, seis dias de trabalho e um de folga, já conta com mais de 100 assinaturas.