A influenciadora Festi se tornou alvo de uma ação no Ministério Público de São Paulo após incitar o sequestro de parlamentares nas redes sociais. Em um vídeo publicado no Tiktok, onde ela acumula 1,2 milhão de seguidores, Festi defendeu que a população sequestrasse e apontasse um “fuzil na cabeça” de deputados que não assinaram a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propõe o fim da jornada de trabalho na escala 6x1.

“Eu acho que a população tá muito mole. Por muito menos, a gente teria quebrado banco, botado fogo em ônibus, sequestrado um deputado. Eu queria tanto sequestrar um deputado do PL. Por que ninguém se organiza?”, indagou a influenciadora.

O vídeo já conta com mais de meio milhão de visualizações na plataforma do Tiktok. No registro, ela continuou a defender a ideia de usar a violência para pressionar os parlamentares. “Nós ‘botou’ os cara lá, nós pode ir lá buscar, botar na mala do carro e dar um ‘rolê’ com eles, fuzil na cabeça e a porra toda. ‘Se você não assinar a favor dessa merda você morre’. Gente, cadê a Anarquia? Cadê os comunistas?”, continuou Festi.

Esse mesmo vídeo foi publicado originalmente no Instagram da influenciadora, em que ela também sugere colocar fogo nos deputados. “Já passou da hora da gente pegar esses políticos, esses deputados, essa porra toda, senador, o caralho [sic] a quatro que está montando aqui no nosso lombo, ganhando sei lá tantos mil reais por mês para trabalhar três dias por semana, pegar toda essa galera, amarrar em praça pública e botar fogo”, concluiu.

Ação no MP

Diante destes registros, o vereador eleito de Curitiba, Guilherme Kilter (Novo), ingressou com uma ação no Ministério Público de São Paulo para investigar a influenciadora. Para ele, a conduta de Festi se enquadra nos crimes de incitação à prática de sequestro e cárcere privado, extorsão mediante sequestro e ameaça.

Todas as declarações contra ela, materializam “por meio de proposta explícita de sequestro de parlamentar, menção ao uso de arma de fogo com o instrumento de coação, ameaça direta de morte contra parlamentar e incitação à desordem pública e dano ao patrimônio público”.

Segundo o vereador, a conduta da influenciadora traz a violência como meio de interferência no processo legislativo democrático, sendo assim considerado um atentado direto contra um dos Poderes da República. “Imagine se fosse um influenciador conservador falando para sequestrarem um deputado do PT e queimar em praça pública, o que fariam com ele? Opinião é uma coisa, e todos devem ter a liberdade de expressar a sua, mas isso passa do limite da lei e se torna uma possível incitação a crimes reais”, afirmou Kilter.

O documento pede a identificação das autora das declarações, e manifestações com outras pessoas, além de uma investigação criminal que apure a incitação à prática de outros crimes.