O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) proibiu a venda de 11 marcas de azeite de oliva após considerá-las impróprias para o consumo. As marcas afetadas incluem Málaga, Rio Negro, Quinta de Aveiro, Cordilheira, Serrano, Oviedo, Imperial, Ouro Negro, Carcavelos, Pérola Negra e La Ventosa. A proibição foi anunciada nesta quinta-feira (3), com base em irregularidades detectadas durante a fiscalização. Segundo o Mapa, o azeite é o segundo alimento mais fraudado globalmente, ficando atrás apenas do pescado.
A fiscalização do azeite no Brasil envolve um processo rigoroso de testes realizados pelo Mapa. Inicialmente, amostras dos produtos são recolhidas nos supermercados e enviadas para laboratórios especializados, onde são submetidas a testes para verificar a autenticidade e a pureza do azeite. Apenas após essa etapa é que o produto passa por testes de qualidade, que determinam se ele é extravirgem, virgem, tipo único ou lampante – este último sendo considerado impróprio para o consumo humano.
Os consumidores devem estar atentos à procedência do azeite que compram. Produtos envasados recentemente costumam ser mais frescos, um fator importante, já que "azeite", em árabe, significa "suco de azeitona". O azeite deve ser protegido de luz, oxigênio e calor, três elementos que podem acelerar seu processo de deterioração. Embalagens escuras ou latas são as mais recomendadas para preservar a qualidade do produto.
Os diferentes tipos de azeite disponíveis no mercado variam em qualidade. O azeite extravirgem é o mais nobre, com acidez inferior a 0,8% e ausência de defeitos sensoriais, enquanto o azeite virgem apresenta uma acidez um pouco mais elevada e alguns defeitos perceptíveis, mas ainda pode ser consumido. Já o lampante, com acidez superior a 2%, é considerado impróprio para o consumo. O tipo único é geralmente misturado com azeite refinado e, embora seja seguro para consumo, é de qualidade inferior.
Fraudes no azeite podem trazer sérios riscos à saúde. O Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do Mapa explica que, além de corantes e aromatizantes sem autorização, outras substâncias podem ser adicionadas ao azeite adulterado. Ele lembra o caso da década de 1980, na Espanha, quando mais de mil pessoas morreram após consumirem azeite fraudado, um episódio que ficou conhecido como "a síndrome do azeite tóxico".