O Ibama multou a JBS em R$ 615,5 mil por comprar 1.231 cabeças de gado de fazendas embargadas por desmatamento ilegal na Amazônia. A sanção foi aplicada na cidade de Tucumã, no Pará, e o volume apreendido corresponde a 41 carretas de bois. A JBS, pertencente à holding J&F dos irmãos Joesley e Wesley Batista , foi alvo da Operação Carne Fria 2, que combate a comercialização de carne proveniente de áreas ilegais.

A ação, realizada ao longo de outubro, também atingiu outros 22 frigoríficos no Norte do Brasil, totalizando R$ 364,5 milhões em multas para empresas e fazendeiros. Segundo o Ibama, 69 propriedades estavam envolvidas na criação e venda de cerca de 18 mil cabeças de gado em 26 mil hectares de áreas embargadas, resultando na emissão de mais de 150 autos de infração. As operações ocorreram em 12 municípios do Pará e dois do Amazonas.

A JBS afirmou que todas as aquisições seguiram as normas legais e apresentou Guias de Trânsito Animal (GTA) como prova da regularidade das transações. A empresa destacou que há 15 anos adota uma Política de Compra Responsável e utiliza sistemas de monitoramento geoespacial para evitar a aquisição de gado proveniente de áreas desmatadas ilegalmente.

O diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Jair Schmitt, explicou que a inteligência do órgão trabalhou intensamente para rastrear a origem do gado e garantir que a legislação fosse aplicada. Schmitt afirmou que a pecuária é a principal causa do desmatamento na Amazônia e lembrou que a lei proíbe a comercialização de produtos vindos de áreas embargadas.

O embargo é uma medida administrativa que busca interromper de imediato as atividades irregulares, impedindo a operação de fazendas e frigoríficos até que a situação seja regularizada. A fiscalização, segundo Schmitt, tem como objetivo desestimular economicamente o desmatamento ilegal, atingindo diretamente os agentes envolvidos na cadeia produtiva da carne bovina.