A GOL Linhas Aéreas acumula um prejuízo de R$ 765 milhões no terceiro trimestre de 2024, enquanto enfrenta um processo de recuperação judicial nos Estados Unidos. A companhia aérea tem divulgado seus resultados financeiros mensalmente, ao contrário da Azul e da Latam, que apresentam seus balanços de forma consolidada ao final dos trimestres. Em agosto, a GOL registrou um prejuízo de R$ 544 milhões, somando-se aos R$ 221 milhões negativos de julho, conforme divulgado em fato relevante na segunda-feira (30). Com dois terços do trimestre já fechados, a empresa precisaria de um desempenho excepcional em setembro para reverter o prejuízo acumulado.
Os resultados financeiros negativos não são exclusivos da GOL. No segundo trimestre de 2024, a Azul reportou um déficit de R$ 3,8 bilhões, atribuindo o resultado principalmente às operações reduzidas no Rio Grande do Sul devido às fortes chuvas em abril e maio, além da desvalorização do real. Após o anúncio, a Azul iniciou uma renegociação de suas dívidas com credores internacionais, especialmente os lessores, que compram aeronaves e as arrendam para as companhias aéreas. O CEO da Azul afirmou que as negociações estão ocorrendo em “tom amigável” e que a empresa não utilizará recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac) nessas negociações, reservando o fundo para a modernização da frota.
Apesar do resultado negativo no segundo trimestre, a Azul continua em conversas para uma possível aquisição da GOL. Em julho, as companhias iniciaram a venda de rotas no modelo de codeshare, permitindo que bilhetes para 40 trajetos exclusivos de cada empresa sejam comprados nos sites de ambas as aéreas. Essa parceria pode ser um passo estratégico para a Azul, que busca fortalecer sua posição no mercado aéreo brasileiro.
A Latam, por outro lado, reportou um resultado financeiro positivo no segundo trimestre de 2024, com um lucro líquido de US$ 146 milhões. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Latam foi a companhia aérea que mais movimentou passageiros em julho e agosto, indicando que deve permanecer como a principal transportadora do mercado brasileiro no consolidado do terceiro trimestre.
No ranking de passageiros de agosto, a Azul superou a GOL, ocupando a segunda colocação entre as três grandes empresas do setor aéreo brasileiro. Em julho, a GOL estava à frente da Azul, mas o cenário se inverteu no mês seguinte.