O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ( Ibama ) aplicou R$ 364,5 milhões em multas a 23 frigoríficos, incluindo a JBS, por comercializarem carne de gado criado em áreas interditadas por desmatamento ilegal. Um dos alvos é uma filial em São Félix do Xingu (PA) do grupo dos irmãos Joesley e Wesley Batista .
A JBS, em nota ao jornal Folha de S.Paulo , afirmou que nenhuma compra foi feita em áreas embargadas, e que as propriedades estavam em conformidade com a legislação. Outros frigoríficos multados incluem a Frizam, em Boca do Acre (AM), e a 163 Beef, em Novo Progresso (PA), ambas reincidentes em descumprimento de leis ambientais. O Ibama apreendeu mais de 8,8 mil cabeças de gado.
A operação Carne Fria 2 resultou em 154 autos de infração nos Estados do Amazonas e Pará. A primeira fase, em 2017, também envolveu frigoríficos do grupo JBS. Os frigoríficos foram autuados por comprarem gado de propriedades na lista de embargos ambientais. Segundo o Ibama, "Quem compra animais de áreas embargadas contribui para a destruição da floresta amazônica e a continuidade do dano ambiental".
As operações contra os frigoríficos fazem parte do combate a crimes ambientais como desmatamento ilegal e invasão de áreas protegidas. Nos últimos anos, essas ações focaram em fazendeiros criando gado em locais irregulares. Agora, o foco é o mercado de carne. Nesta operação, o Ibama descobriu 69 propriedades rurais vendendo cerca de 18 mil cabeças de gado criadas em 26 mil hectares embargados. As propriedades também foram multadas por descumprir o embargo, impedir a regeneração da mata nativa e vender produtos de áreas interditadas.