Durante um evento do Instituto Conhecimento Liberta (ICL) sobre o “futuro da esquerda no Brasil”, a ex-deputada federal Manuela D’Ávila anunciou sua saída do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Ela permaneceu na legenda por 25 anos e, na última quarta-feira (16), declarou que é uma mulher sem partido.
“Depois de 25 anos em um único partido, eu não sou uma mulher sem partido por opção; eu sou por falta de opção, por falta de condições de qual caminho seguir. Esta é minha reflexão individual e coletiva daqueles que militam comigo. Hoje sou uma mulher sem partido, por isso posso criticar todos eles”, afirmou a ex-deputada.
Em contrapartida, o partido atestou que não recebeu nenhum pedido formal de desfiliação por parte da ex-parlamentar. Até o momento, D’Ávila não se posicionou sobre o assunto.
Embora já tenha sido eleita como vereadora de Porto Alegre, deputada federal e deputada estadual pelo PCdoB, Manuela D’Ávila saiu derrotada na disputa das eleições presidenciais de 2018. Ela integrava a chapa liderada por Fernando Haddad , então candidato à Presidência da República. Eles perderam para o ex-presidente Jair Bolsonaro , que obteve 55,1% dos votos válidos no segundo turno.
Candidata à Prefeitura de Porto Alegre em 2008, 2012 e 2020, Manuela D’Ávila perdeu em todos os pleitos. No debate, ela refletiu sobre a crise enfrentada pela esquerda, especialmente pela força do bolsonarismo. "O mínimo é o direito de debater com franqueza. Sinto certa obstrução. Cada vez que a gente abre uma mesa sobre como avançar na esquerda, a gente escuta: ‘Opa, estão ajudando Bolsonaro’. Eu não estou”, declarou.