A Polícia Federal (PF) cumpre, na manhã desta segunda-feira (29), diversos mandados de busca e apreensão para investigar a chamada atuação paralela que ocorreu na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro. Um dos alvos das ações da PF hoje é Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), vereador da cidade do Rio de Janeiro e filho do ex-presidente.

Na quinta-feira, a PF mirou o deputado Alexandre Ramagem, para investigar sua atuação no suposto monitoramento ilegal realizado pela Abin, quando ele era o diretor do órgão. A polícia afirma que, durante sua gestão, a entidade valeu-se do software FirstMile para monitorar o então presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e a ex-deputada Joice Hasselmann, ambos desafetos políticos de Bolsonaro.

As ações desta segunda-feira são um desdobramento das operações Vigilância Aproximada, deflagrada pela Polícia Federal na última quinta-feira (25), e Última Milha, realizada em outubro de 2023. Além disso, mira pessoas que foram destinatárias das informações produzidas de forma ilegal pela agência de inteligência do governo federal. Nesta segunda, a PF está autorizada a realizar mandados de busca e apreensão na casa de Carlos Bolsonaro e em seu gabinete na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

As investigações geraram reações diversas de políticos em Brasília. Gleisi Hoffmann , presidente do PT, por exemplo, falou que é um "um dos maiores escândalos da história" e a "ponta de um novelo que envolveu dezenas de milhares de pessoas". Já o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) escreveu em rede social que se trata de "mais um capítulo da ditadura do Judiciário” e que “cabe ao Senado brecar esta perseguição e preservar as liberdades".