A Confederação Israelita Brasileira planeja solicitar a abertura de um inquérito policial por racismo contra o ex-deputado federal José Genoino (PT). A entidade confirmou essa informação à revista Oeste. Durante uma transmissão ao vivo em 20 de janeiro, Genoino manifestou apoio à ideia de boicote a "determinadas empresas de judeus" e a "empresas vinculadas ao Estado de Israel".
O vice-presidente da Conib, Luiz Kignel, destacou a gravidade das declarações de Genoino, enfatizando que medidas jurídicas serão tomadas. Ele ressaltou que manifestações preconceituosas, mesmo que inicialmente direcionadas aos judeus, tendem a se estender a outras minorias, e considerou especialmente reprovável que tais comentários venham de uma figura pública que deveria ser um exemplo de respeito às minorias.
A Conib, em nota, classificou o comentário de Genoino como antissemita, destacando que o antissemitismo é crime no Brasil. O ex-deputado será enquadrado na Lei do Racismo, que pune discriminação ou preconceito com base em origem, raça, sexo, cor e idade. O ato de impedir ou dificultar o acesso a cargo público por motivação de preconceito ou discriminação é considerado conduta ilícita pela lei.
O ex-deputado, que já foi condenado por corrupção ativa no processo do Mensalão em 2012, poderá enfrentar acusações sob a Lei do Racismo. Caso seja condenado, poderá enfrentar uma pena de dois a cinco anos de reclusão. Em 2020, o Supremo Tribunal Federal decidiu que condenações criminais extintas há mais de cinco anos podem ser consideradas como maus antecedentes para a fixação da pena-base em novo processo criminal.