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Colunista Herbert Sousa (in memory)
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Ciro Nogueira prepara "cama de gato" para Wellington Dias


O Piauí não é diferente do restante do Brasil em muitos pontos. Nosso sofrido rincão tem sua aristocracia e ela sobrevive e resiste aos tempos mais modernos, através de nomes, sobrenomes, clubes sociais, confrarias e até partidos políticos.

Ciro Nogueira, senador recém-reeleito, é um destes exemplares que ilustra bem a tal fidalguia.


Nasceu em berço de ouro. Foi ungido com os melhores talheres, as viagens mais deslumbrantes e, claro, o separatismo de toda plebe.

Cresceu. Chegou a idade adulta.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Ciro NogueiraCiro Nogueira

E para encurtar o não tão brilhante traçado biográfico, vamos logo ao ponto:

Ciro se tornou político pelas mãos e poder financeiro de sua familia. Mesmo com formação superior nunca foi brilhante na escrita, muito menos no verbo, porém, o que lhe faltou em amparo intelectual lhe sobra em astúcia, habilidade e diferencial nas “costuras ” de acordos, na conquista de quem possa vir a lhe servir, em algum momento, a algum propósito.

A qualquer tempo, por pura conveniência, empresários e colegas políticos lhe são determinantes na conquista de determinados objetivos. E ele não pestaneja.

Entre tantos e muitos, esteve perto durante muito tempo de João Claudino. Do convívio obteve muitas vantagens. De José Elias Tajra, amigo do pai, aproximou-se e conquistou, com ajuda do mesmo, a concessão da Honda para o Maranhão. Em seguida todos sabem o que aconteceu aqui no Piauí, com a citada marca.

Heráclito Fortes. Este era um guru para o senador. Hoje, inimigo.
Sem rodeios.
Inimigo. Não adversário.
Heráclito não poupa Ciro quando diz que ele o cercou, forçou intimidade, até que conquistou um dos seus mais sórdidos objetivos: tomar-lhe a vaga de senador.

Mais recente, foi do lado de Elmano contra Firmino, para em seguida ser de Firmino e contra quem fosse contra ele.
Até quando?
Não sabemos ainda.

Com Lula, Dilma e tantos outros da esfera federal, o aristocrático senador não se fez de rogado: beijou o rosto, a mão e depois traiu.

Para Wellington Dias, como se diz no popular: ele já prepara a “cama de gato” . E já começa de agora, no “regresso”, no “downsizing” do poder quase absoluto que tinha no governo Temer.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Wellington Dias e Ciro NogueiraWellington Dias e Ciro Nogueira

Agora, como salvaguarda desse regresso, o alvo é a Assembleia Legislativa do Piauí.

Desprestigiado e reconduzido ao baixo clero da política (de onde sempre fez parte), Ciro joga todas as cartas na eleição presidencial de uma casa a qual ele não pertence e nem é bem quisto, mas que por orgulho “regressista”, do “filho de mamãe” que não aprendeu que a vida é feita de altos e baixos, entende ser merecedor da vitória.

Para ele é só uma partida de pôquer.

Usará a arma que sempre usou, os artifícios que sempre o levaram adiante, mas esquece que os destinatários das tais proposições o conhecem bem, de hoje e de antes. E bem sabem que a palavra TRAIÇÃO ocupa lugar de destaque no livro de cabeceira do ilustre senador.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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