Um estudo inovador conduzido pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e publicado na renomada revista The Lancet Global Health revelou um dado alarmante: 54% dos casos de demência na América Latina são atribuíveis a fatores de risco modificáveis. Isso significa que mais da metade desses casos poderia ser evitada com mudanças no estilo de vida e intervenções preventivas.
Os pesquisadores identificaram nove fatores principais que contribuem significativamente para o desenvolvimento da demência na região. Entre eles estão: baixa escolaridade, hipertensão, diabetes, obesidade, sedentarismo, tabagismo, depressão, consumo excessivo de álcool e isolamento social. Esses fatores têm grande impacto devido às desigualdades sociais e econômicas presentes em muitos países latino-americanos.
O estudo reforça a necessidade urgente de políticas públicas voltadas para a prevenção da demência. Investir em educação, promover a prática de atividade física, estimular o controle de doenças crônicas e combater o tabagismo são ações que podem mudar esse cenário. Além disso, criar estratégias para reduzir o isolamento social e aumentar o acesso a cuidados de saúde são medidas essenciais para proteger a população mais vulnerável.
Essa pesquisa é um marco, pois evidencia que a demência não é um destino inevitável do envelhecimento. Com medidas eficazes, é possível prevenir milhares de casos e melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas na América Latina.
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1