O empresário e influencer, Antônio Robson da Silva Pontes , o Robin da Carne, preso na Operação Jogo Sujo II , revelou em depoimento à Polícia Civil do Piauí , que recebia a quantia de R$ 120 mil por mês para divulgar plataformas de jogos de azar, diariamente, em suas páginas oficiais no Instagram.

No depoimento, ao qual a Coluna obteve acesso exclusivo, Robin da Carne relatou que possui duas contas do Instagram, a nossa carne e robindacaree, e em função do grande volume de seguidores, ele assumiu que passou a ser cooptado por pessoas para explorar a divulgação dos jogos de azar, que os rendiam R$ 5 mil reais por cada plataforma divulgada.

Foto: Reprodução/WhatsApp
Robin da Carne

Com isso, há cerca de um ano e meio seu perfil pessoal começou a ser usado, inicialmente, para promover o Jogo do Tigrinho.

Diante do sucesso da empreitada, que o rendeu bastante dinheiro, ele passou a ostentar gastos extravagantes em festas de vaquejadas, compras do dia a dia como roupas e sapatos, além de viagens internacionais e demais benesses. Sob a justificativa conferida a ele, por terceiros, de que as plataformas eram legais, o influencer Robin da Carne continuou a explorar esse tipo de conteúdo em suas redes sociais e faturou mais e mais.

Cada plataforma divulgada oferecia R$ 5 mil fixos

Ainda em sede de depoimento, Robin da Carne declinou que recebia R$ 5 mil fixos por cada uma das plataformas divulgadas em suas redes sociais, independentemente da quantidade de acessos ao link fornecido por terceiro a ele.

Rapidinhas

Polícia Civil fecha o cerco contra cooptadores de influencers

No curso das investigações após a Operação Jogo Sujo II, os policiais conseguiram confirmar as atuações de duas pessoas que operavam cooptando influencers para integrarem o esquema de divulgação das plataformas de jogos de azar.

A Coluna obteve acesso aos nomes de dois deles que foram citados por parte dos investigados presos na segunda fase ostensiva da Operação Jogo Sujo. Paralelo aos levantamentos produzidos em razão da participação dos influenciadores, a Polícia Civil passou a se debruçar sobre a conduta da dupla que entrou no radar da Delegacia de Repressão e Combate aos Crimes de Informática (DRCI).

Foto: Alef Leão/GP1
Delegado Humberto Mácola, coordenador do DRCI

Plataforma DEMO

A investigação capitaneada pela Delegacia de Repressão e Combate aos Crimes de Informática (DRCI) já tem conhecimento de que os influencers presos na Operação Jogo Sujo II utilizavam uma plataforma DEMO, a fim de demonstrar a obtenção de ganhos fictícios em jogos de azar, atraindo, dessa forma, mais vítimas com a suposta entrega de dinheiro fácil e rápido.

Nessa segunda-feira (21), a Coluna já havia antecipado sobre a possibilidade de os influencers estarem utilizando o mesmo modus operandi de influenciadores digitais de abrangência nacional, que aplicam a plataforma DEMO para dar ar de negócio certo e retorno garantido, mas que ao final enganavam uma série de pessoas que investiam alto nos jogos de azar e, no fim, ficavam no prejuízo.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1