O delegado Robert Lavor , do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa ( DHPP ), representou pela prisão preventiva dos integrantes do PCC, Israel de Assis Damasceno e Marciel de Oliveira Costa, que foram indiciados pelo assassinato do borracheiro Francisco das Chagas Silva dos Santos e pela tentativa de assassinato de seu sogro, Janiel da Silva Sousa. Documento foi assinado pelo delegado Robert Lavor em 11 de outubro de 2024.

O caso foi o último homicídio de uma sequência de três mortes violentas registradas no dia 03 de outubro deste ano, na região da Grande Santa Maria da Codipi, zona norte de Teresina.

À Coluna, o delegado deu detalhes da investigação que culminou no indiciamento de Israel e Marciel e no auto de apreensão do adolescente J. V. D. R. dos S. O., que é irmão de Israel, e também participou dos três assassinatos.

Foto: Lucas Dias/GP1
Delegado Robert Lavor

“Tudo ocorreu no dia 3 de outubro com a morte de uma mulher grávida, a Bárbara. Após a morte dela, o Israel, que é seu companheiro, saiu junto com o irmão [J. V. D. R. dos S. O] e com Marciel, para vingar a morte de Bárbara. Eles foram em duas motocicletas para o conjunto Leonel Brizola, onde reside a maioria dos desafetos deles que pertencem ao Bonde dos 40 e, primeiramente, eles matam Jeniffer Lourrane Gomes de Sousa, uma adolescente e, em seguida, vão até uma barbearia para matar um homem identificado com Gilvan, mas acabam matando outro adolescente, o Eliton Emanuel Patrício dos Santos Alves, também faccionado. De lá eles retornam para o Parque Brasil, local onde a Bárbara foi assassinada, e, não satisfeitos, cometem um terceiro homicídio, dessa vez, contra o borracheiro Francisco das Chagas Silva dos Santos”, explicou o delegado Robert Lavor.

Borracheiro foi perseguido e assassinado, friamente

Depois de cometer os assassinatos dos adolescentes Jeniffer Lourrane e Eliton Emanuel, deliberadamente, Israel, Marciel e o menor infrator subiram o Morro do Cuscuz, no Parque Brasil, e abordaram uma pacata família que estava em uma casa sendo reformada, por volta de 20h.

Nesse momento, Janiel da Silva Sousa, que estava ajudando o genro na reforma do imóvel, reagiu e foi baleado no braço. Por conta disso, todas as pessoas que estavam no local fugiram rapidamente, mas Francisco das Chagas Silva dos Santos acabou sendo encurralado no corredor de uma residência, distante do local da primeira abordagem, e foi friamente assassinado a tiros. “Nesse morro tinha uma família construindo uma casa, ampliando o imóvel, que era do Francisco da Chagas Silva dos Santos. Lá estava junto com ele o Janiel e mais um trabalhador, além de vários outros familiares, acompanhando a obra. Nesse momento, o Janiel conseguiu reagir à primeira investida e por esse motivo ele foi atingido no braço e todo mundo aproveitou para fugir, inclusive, Francisco das Chagas, que saiu procurando um local para se abrigar. Infelizmente, ele entrou em uma residência que não tinha saída no corredor e lá ele foi covardemente assassinado com disparos de arma de fogo. Não satisfeitos, os indivíduos chegaram a gravar a Fuga do local e divulgam isso na rede social”, explicou o delegado Robert Lavor.

Motivação

Francisco das Chagas Silva dos Santos era borracheiro, trabalhador, e contra si não havia nenhum registro policial.

A investigação da Polícia Civil concluiu que ele foi morto por motivo fútil, pois em outra ocasião criminosos da região tentaram realizar um arrombamento nessa mesma casa que estava sendo reformada e ele reclamou aos vizinhos sobre a situação, pedindo que não incomodassem os moradores, já que todos se conheciam na região.

Isso pode ter provocado insatisfação de Israel, que é tido na área como criminoso temeroso, responsáveis por vários homicídios, inclusive, de cidadãos que não têm relação com crimes.

Indiciamento

“A motivação não tem nada a ver com facção. A vítima trata-se de um cidadão trabalhador, que era borracheiro e o Janiel um pedreiro, com residência fixa e sem antecedentes criminais. O que ligava os autores às vítimas era que eles moravam próximos. O que houve foi um crime de furto qualificado, ocorrido no final do ano passado, onde as vítimas conseguiram espantar os bandidos, recuperar os bens e isso pode ter criado uma animosidade, mas isso tudo foi algo fútil para algo tão grave como um homicídio. Por esse motivo, o restante da família teve que se mudar, deixar o local pois ficaram arrasados. Então, o inquérito foi concluído e eu indiciei Israel de Assis Damasceno e Marciel de Oliveira Costa por homicídio e homicídio tentado, além de corrupção de menores, pois o irmão do Israel, que é adolescente, também participou. Então, eu aproveitei a ocasião e representei ao Poder Judiciário pela prisão preventiva desses indivíduos por esses crimes e o procedimento foi concluído”, finalizou o delegado Robert Lavor.

Rapidinhas

DHPP intensifica investigações para prender acusado de matar grávida

O assassinato de Bárbara Teresa Ferreira de Sousa, que deu início a uma noite sangrenta no fatídico dia 03 de outubro ainda segue em investigação pela equipe do Núcleo de Feminicídio, em conjunto com a Delegacia de Homicídios Norte II, capitaneada pelo delegado Robert Lavor.

A autoridade policial frisou que a delegada Nathália Figueiredo está ouvindo testemunhas, ampliando o caderno investigatório e os elementos de prova estão sendo compartilhados, a fim de identificar e prender os membros do Bonde dos 40 envolvidos na morte de Bárbara que, por sinal, não era o alvo, mas sim Israel, que ao ser abordado pelos atiradores, deixou a companheira para trás e ela acabou se tornando vítima.

Delegado Barêtta garante que caso será solucionado

Acompanhado do delegado geral da Polícia Civil do Piauí, Luccy Keiko , o diretor do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) delegado Barêtta , frisou que a delegacia especializada apresentou no prazo legal resposta aos três, dos quatro homicídios ocorridos em sequência em 03 de outubro, e que a morte de Bárbara Teresa será esclarecida, inclusive, com a ampliação das investigações que poderão solucionar crimes já registrados, evitando novos assassinatos na região da Grande Santa Maria da Codipi.

“Nós procuramos instruir os inquéritos policiais com os indícios harmônicos, robustos e coerentes suficientes para garantir uma investigação criminal qualificada, bem como subsidiar o Ministério Público, com elementos para oferecer uma denúncia que resista à instrução criminal, levando os imputados ao julgamento pelo Tribunal Popular do Júri”, destacou o diretor do DHPP.

Foto: Lucas Dias/GP1
Delegados Robert Lavor, Luccy Keiko e Barêtta

Delegado geral Luccy Keiko destaca resposta rápida das Forças de Segurança

“Acreditamos que com o resultado dos exames periciais poderemos a comprovar a participação desses indivíduos e de outros indivíduos em outros assassinados ocorridos nos últimos meses na região da Grande Santa Maria da Codipi. Já tivemos um trabalho extensivo com outras forças e houve uma diminuição daquela data para cá no número de homicídios. Então, eu acredito que com o passo a passo da investigação de seguimento vamos esclarecer todos esses crimes”, reforçou o delegado Luccy Keiko.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1