O risco de desabamento de uma das minas administradas pela Braskem, no município de Maceió, em Alagoas, vem criando um novo embate entre o grupo político aliado de Arthur Lira (PP-AL) e o governo Lula (PT), sobre quem deve se responsabilizar pelas prestações às famílias que precisaram deixar suas casas.
Lira, que é natural de Alagoas, e seus aliados, incluindo o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), trabalham para tentar incluir o Governo Federal entre os que devem custear as medidas de atendimento aos moradores afetados da região. Enquanto isso, o governo Lula defende, nos bastidores, que, nesse caso, indenizações e auxílios para moradia são de competência exclusiva da empresa Braskem e do município.
Além disso, o grupo do presidente Lula interpreta a situação como uma tentativa do grupo de Lira de submeter o governo federal a um problema que é resultado da má gestão de aliados do presidente da Câmara, que tem Alagoas como seu berço eleitoral.
Na sexta-feira (1º), Arhtur Lira chegou a postar em suas redes sociais que “Maceió precisa de amparo urgente do governo federal” e que “solicitou recursos que garantam à prefeitura de Maceió condições de atendimento aos moradores”.
Comitiva enviada a Maceió
O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, enviou uma comitiva de ministros para acompanhar a situação na capital alagoana, entre eles Wellington Dias , do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil e Renan Filho , dos Transportes.
Nos bastidores, os ministros afirmam que vão prestar todo o auxílio que estiver ao alcance da administração federal, com ações da Defesa Civil, por exemplo, mas não resolverão problemas que dizem respeito às autoridades locais. Além disso, o Executivo Federal pretende tomar medidas comumente empregadas em tragédias naturais —que possibilitem para a população, por exemplo, o resgate de FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e postergação de pagamentos de débitos com a Receita Federal.