O candidato Sílvio Mendes, do União Brasil, foi eleito prefeito de Teresina nesse domingo (6) com 52,19% dos votos válidos e retornará ao Palácio da Cidade em 1º de janeiro de 2025 para seu terceiro mandato, 14 anos depois de deixar o comando da capital. Ele recebeu o GP1 em sua residência, na manhã desta segunda-feira (7), onde concedeu uma entrevista exclusiva em que fez uma avaliação da campanha e traçou as metas e prioridades de sua gestão.

O primeiro dia pós-eleição já foi bastante movimentado para o prefeito eleito. Durante a entrevista, ele falou ao telefone com o atual prefeito, Dr. Pessoa (PRD), e com seu principal oponente nestas eleições, Fábio Novo (PT). As conversas refletem o discurso do médico que, durante toda a campanha, ressaltou a importância do diálogo, independentemente de questões políticas.

À nossa reportagem, Sílvio indicou como pautas prioritárias a questão da saúde pública, do transporte e da limpeza urbana. Ele também fez uma projeção de como será a relação com a Câmara Municipal e os governos Estadual e Federal, ambos comandados pelo Partido dos Trabalhadores.

Confira a entrevista do prefeito eleito na íntegra:

GP1: Doutor Sílvio, foram quase duzentos e quarenta mil votos válidos, ou cinquenta e dois vírgula dezenove por cento. O senhor esperava essa quantidade de votos logo no primeiro turno?

Sílvio Mendes: Não, nunca fui atrevido, nem tenho bola de cristal. Então, que fosse feita a vontade do teresinense. Foram cinquenta e dois ponto dezenove por cento, então, são pessoas que confiaram e podem ter certeza que a gente vai cumprir e honrar essa palavra.

GP1: Em todas as áreas da gestão pública tem suas demandas, mas parece que algumas neste momento a população sente mais, saúde por exemplo. O que será prioridade na saúde logo no início da gestão?

Sílvio Mendes: Tem coisas que precisam ser resolvidas agora, a saúde é uma delas, o transporte coletivo outra, a limpeza da cidade, e tem outras que podem esperar. A saúde precisa voltar rapidamente e eu já pedi um encontro com o prefeito Doutor Pessoa para entender quais são os problemas e as soluções possíveis, para que o remédio possa voltar, que a gente possa ampliar a rede de atendimento, que se consiga internação hospitalar, tem muita gente que não consegue, é uma fila enorme, consulta especializada, um exame, e a população tem direito, não é um favor, porque isso não é de graça, isso é pago. Portanto, que a gente possa socorrer rapidamente essas necessidades. A educação precisa voltar para o caminho que ela percorria, a cidade suja, além de ficar feia, voltam doenças que poderiam deixar de ter... são vários desafios, mas eu gosto muito de desafios.

GP1: Sobre transporte público, como revitalizar essa área e, principalmente, a questão dos terminais?

Sílvio Mendes: Em relação ao transporte público, foi feito um plano na minha gestão que precisa ser atualizado há muito tempo. O engenheiro Santana é um piauiense ilustre, um dos mais brilhantes do Brasil. Ele fez [o plano diretor do transporte] de Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro. Já falei com ele hoje, ele está na Finlândia, está voltando ao Brasil e já pedi um encontro com ele.

GP1: Outro ponto que preocupa a população nesse momento é a coleta de lixo. Qual vai ser a medida logo de início?

Sílvio Mendes: Estou acompanhando pela imprensa, existem ações judiciais, é uma despesa muito grande que a cidade faz, mas não está sendo cumprida, então a Justiça tomou algumas decisões e eu preciso me inteirar. Nessa conversa com o prefeito também vai ser abordado isso.

GP1: Agora tratando do legislativo, parece que o senhor vai ter um certo trabalho para aprovar projetos na Câmara, por exemplo, a maioria dos vereadores eleitos vão ser de oposição. Como o senhor pretende manejar essa conversa na Câmara?

Sílvio Mendes: Queria parabenizar aos eleitos e aos que não foram eleitos também. O que eu imagino, porque sempre foi dessa forma que me comportei, é que o vereador é legítimo, representa quem confiou nele, mas não pode ser oposição à cidade, pode até fazer por uma questão política menos relevante, mas oposição ao prefeito. Eu sou de diálogo, compreensão, mas eles têm muitos serviços a prestar à cidade, aos teresinenses, e tenho certeza que todos vão cumprir com seu dever.

GP1: O que o senhor espera do Governo Estadual e Federal? Acredita que vai receber ajuda necessária para gerir a cidade de Teresina?

Sílvio Mendes: Eu repito, não é o prefeito que precisa de ajuda, é a cidade. Lembrando de fatos: eu fui prefeito reeleito, o Governo do Estado era do PT e o presidente da República do PT, e a gente conseguiu trabalhar, fazer o que era necessário, deixei a prefeitura sem dívidas, sem tomar empréstimo, precatórios pagos, com cento e cinquenta milhões para o Elmano [Férrer] continuar cuidando da cidade, então, espero que seja mantido esse tipo de comportamento, porque é a responsabilidade de quem foi eleito para servir.

GP1: Deixe uma mensagem aos teresinenses agora como prefeito eleito.

Sílvio Mendes: Gratidão. É o sentimento que me chega. O meu neto tem dez anos e ontem ele encerrou a nossa campanha com muita sabedoria, ele pediu para falar, de surpresa. Ele agradeceu aos teresinenses e disse que essa vitória não era dele, não era do Jeová, nem minha, do seu avô, mas de Teresina. Ele concluiu com muita sabedoria aos dez anos de idade.